Em negociação com a China, Uruguai se recusa a assinar comunicado conjunto do Mercosul
Nota do bloco renova compromisso com democracia, estado de direito e respeito aos direitos humanos
Brasília|Plínio Aguiar, do R7 em Brasília
O Uruguai se recusou nesta terça-feira (4) a assinar um dos comunicados conjuntos no qual os demais parceiros do Mercosul reafirmam, entre outros pontos, o compromisso com o fortalecimento da democracia. A recusa do presidente uruguaio, Luis Alberto Lacalle Pou, demonstrou mais uma divergência com os colegas sul-americanos. O Uruguai pretende assinar um acordo bilateral com a China. No entanto, o Mercosul não permite que um de seus membros negocie sem a anuência dos demais.
Um dos temores é que o país vizinho possa ter resultados mais positivos por importar produtos fora da Tarifa Externa Comum (TEC), um pacote de taxas que é aplicado em produtos e serviços negociados por todos os membros do Mercosul.
O comunicado que o governo uruguaio se recusou a assinar diz que, durante o encontro, os presidentes das nações que compõem o Mercosul renovaram o compromisso "com o fortalecimento da democracia, o estado de direito e o respeito aos direitos humanos e ressaltaram a importância da agenda econômica, comercial, social e cultural do bloco para o benefício de seus cidadãos".
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Em suas declarações, o presidente uruguaio tem afirmado que o bloco econômico "continua sendo vital" para o país, mas disse que não pode ser impedido de ampliar os laços comerciais. "O Mercosul é a quinta região mais protecionista do planeta. Entendemos as posições de outros países que têm interesses e posições distintas. O Uruguai precisa abrir-se ao mundo. E isso é uma visão deste governo. A gente vem caminhando, e estamos nessa etapa", disse Lacalle Pou.