Em último dia de viagem, Lula se encontra com líderes da Líbia, Quênia, Nigéria e Moçambique
Presidente brasileiro discursou em evento da União Africana e se reuniu com primeiro-ministro da Palestina neste sábado (17)
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve ter ao menos quatro encontros bilaterais neste domingo (18), último dia da viagem internacional à África, onde está desde terça-feira (13). Segundo o Palácio do Planalto, o petista deve se reunir com os presidentes do Quênia, William Ruto; da Nigéria, Bola Tinubu; e de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, e com o presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Mohamed al-Menfi. A previsão é que Lula chegue em Brasília (DF) no fim da noite de domingo (18).
A viagem internacional do presidente incluiu agendas no Egito e na Etiópia. No Cairo, capital egípcia, Lula se reuniu com o presidente Abdel Fattah Al-Sisi e assinou acordos voltados para a área de ciência e tecnologia e agricultura e pecuária.
Na Etiópia, Lula encontrou o primeiro-ministro do país, Abiy Ahmed, e participou da cúpula de chefes de Estado e governo da União Africana, neste sábado (17), quando também se reuniu, por cerca de uma hora, com o primeiro-ministro da Autoridade Palestina, Mohammad Shtayyeh. A princípio, o presidente brasileiro teria agenda com o secretário-Geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, mas Guterres suspendeu a ida à Etiópia.
Leia também
Etiópia
Em discurso durante a reunião de chefes de Estado e governo da União Africana, Lula defendeu a ampliação das parcerias econômicas com países africanos e disse que o Brasil tem uma "dívida histórica" com o continente em razão dos anos de escravidão em solo brasileiro.
"Sem os países em desenvolvimento, não será possível a abertura de novo ciclo de expansão mundial que combine crescimento, redução da desigualdade e preservação ambiental com ampliação das liberdades", declarou.
A União Africana reúne 55 países do continente e, em 2023, com apoio de Lula, passou a integrar permanentemente o G20, grupo que reúne as maiores economias do mundo e é responsável por mais de 80% da economia global.
Egito
Na quinta (15), o primeiro documento entre Brasil e Egito foi assinado pelos titulares da área de ciência e tecnologia dos dois países. A ministra de Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, firmou memorando de entendimento entre as nações para permitir projetos e programas conjuntos.
O segundo acordo será uma cooperação técnica na área de agricultura e pecuária. O Brasil negocia a habilitação de mais abatedouros para exportação de carne bovina para o Egito. Este documento foi assinado pelo embaixador do Brasil no país, Paulino Franco de Carvalho Neto.
Depois de reunião com o presidente do Egito, Lula voltou a criticar os membros do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas) e afirmou que os países devem ser "pacifistas" e não "atores que fomentam" guerras.
"Por mais que eu procure explicação, eu não encontro. Uma explicação por que a ONU não tem força o suficiente para evitar que essas guerras aconteçam, antecipando qualquer aventura, porque a guerra não traz benefício a ninguém. Ela traz morte, destruição e sofrimento", disse Lula.
"É preciso que o Conselho de Segurança da ONU tenha outros países participando, outros países da África, da América Latina. É preciso ter uma nova geopolítica na ONU. É preciso acabar com o direito de veto dos países. E é preciso que os membros do Conselho de Segurança sejam atores pacifistas e não atores que fomentam a guerra", completou.