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Esquema do INSS: relatório aponta que Stefanutto recebia ‘mesada’ de R$ 250 mil

Investigação indica que Alessandro Stefanutto usava empresas de fachada para ocultar valores e manter convênios irregulares

Brasília|Natália MartinsOpens in new window

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • A Pol\u00edcia Federal investiga Alessandro Stefanutto, ex-presidente do INSS, por receber uma 'mesada' de R$ 250 mil de uma organiza\u00e7\u00e3o criminosa.
  • O esquema utilizava empresas de fachada para disfar\u00e7ar pagamentos relacionados a conv\u00eanios irregulares.
  • Virg\u00edlio Ant\u00f4nio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-chefe do INSS, tamb\u00e9m est\u00e1 envolvido, com propinas de R$ 6,57 milh\u00f5es.
  • A Opera\u00e7\u00e3o Sem Desconto busca coibir crimes de corrup\u00e7\u00e3o e lavagem de dinheiro, com desvios de R$ 6,3 bilh\u00f5es entre 2019 e 2024.

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Segundo a PF, Stefanutto atuava como facilitador institucional dentro do INSS Bruno Peres/Agência Brasil - 02.12.2024

A Polícia Federal revelou, em relatório obtido pela reportagem, que o ex-presidente do INSS Alessandro Stefanutto recebia uma ‘mesada’ de R$ 250 mil mensais da organização criminosa investigada na Operação Sem Desconto.

Segundo o documento, os repasses ocorreram entre junho de 2023 e setembro de 2024, com parte dos pagamentos disfarçada em contratos de consultoria e honorários técnicos.


O valor, de acordo com a PF, foi reajustado após Stefanutto assumir a presidência do instituto. As propinas eram pagas por meio de empresas de fachada ligadas ao operador financeiro Cícero Marcelino de Souza Santos, entre elas a Stelo Advogados e Associados, a Delícia Italiana Pizzas e a Moinhos Imobiliária.

O relatório aponta que Stefanutto atuava como facilitador institucional dentro do INSS, aprovando e mantendo convênios irregulares entre o órgão e a Conafer (Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais).


Mesmo após alertas técnicos sobre irregularidades e falsificação de autorizações de desconto, ele autorizava o processamento de cadastros de filiação sem a checagem da manifestação dos beneficiários.

As investigações identificaram também o envolvimento de Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, ex-procurador-chefe do INSS, que teria recebido R$ 6,57 milhões em propinas entre 2022 e 2024.


Ele é apontado como um dos principais beneficiários do esquema comandado por Carlos Roberto Ferreira Lopes, presidente da Conafer.

Operação Sem Desconto

A Operação Sem Desconto, deflagrada nesta quinta-feira (13) pela PF e pela Controladoria-Geral da União (CGU), cumpriu 63 mandados de busca e apreensão e 10 de prisão preventiva em 15 estados e no Distrito Federal.


Entre os alvos está também o ex-ministro da Previdência Ahmed Mohamad Oliveira, que deverá usar tornozeleira eletrônica.

A investigação apura crimes de corrupção ativa e passiva, organização criminosa, estelionato previdenciário, inserção de dados falsos em sistemas oficiais e lavagem de dinheiro.

Segundo a PF, o grupo fraudava descontos em aposentadorias e pensões sem o consentimento dos beneficiários, desviando valores estimados em R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Stefanutto presidia o INSS quando a primeira fase da operação foi deflagrada, em abril deste ano, e foi exonerado no mesmo dia. A PF afirma que os repasses a ele representavam o elo entre a cúpula do instituto e os operadores do esquema.

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