Exército muda estrutura e afasta Batalhão dos ‘kids pretos’ do Comando de Operações Especiais
Em nota enviada ao R7, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que a realocação do batalhão
Brasília|Victoria Lacerda, do R7, em Brasília
RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O Exército Brasileiro alterou sua estrutura organizacional e transferiu o 1º Batalhão de Operações Psicológicas, até então sob o Comando de Operações Especiais (COpEsp), em Goiânia, para o Comando Militar do Planalto, com sede em Brasília. Em nota enviada ao R7, o Centro de Comunicação Social do Exército afirmou que a realocação do batalhão já estava em estudo desde o fim de 2024, como parte de um processo mais amplo de reestruturação das capacidades de Operações Especiais.
“Desde 2016, já havia uma intenção de transferir o 1º Batalhão de Operações Psicológicas de Goiânia para Brasília. No final de 2024, foi iniciado um estudo da reestruturação das capacidades de Operações Especiais. Dentre as diversas ações previstas, encontra-se a realocação do 1º B Op Psic para Brasília, com o objetivo de que a atividade esteja diretamente subordinada ao Comando Militar do Planalto”, diz o comunicado.
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A mudança ocorre após o envolvimento de integrantes do COpEsp na tentativa de golpe de Estado investigada pelo STF (Supremo Tribunal Federal). O tenente-coronel Guilherme Marques Almeida, ex-comandante do Batalhão de Operações Psicológicas, é um dos militares denunciados pela PGR (Procuradoria-Geral da República) e teve conversas interceptadas nas quais sugere explorar a invasão de 8 de janeiro de 2023. “Dá pra fazer um trabalho bom nisso aí”, afirmou, em referência aos atos golpistas em Brasília.
Outro nome apontado como central no uso das operações psicológicas durante a articulação golpista foi o coronel da reserva Reginaldo Vieira. Considerado um dos mais influentes defensores da doutrina de guerra psicológica no Exército, ele passou mais de duas décadas dedicando-se à implementação dessa linha de atuação, que visa influenciar atitudes, emoções e comportamentos de grupos sociais.
Segundo a própria definição do Exército, o batalhão de Operações Psicológicas atua para “influir nas emoções, nas atitudes e nas opiniões de um grupo social, com a finalidade de obter comportamentos predeterminados”. Embora a atividade tenha sido usada em contextos legítimos, como a missão de paz no Haiti e a intervenção federal no Rio de Janeiro, a suspeita de seu uso para incitar manifestantes e promover o caos durante a transição de governo em 2022 levanta questionamentos sobre o controle e a supervisão da tropa durante os meses que antecederam os ataques em Brasília.
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