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Feminicídio no DF: 63% dos crimes são cometidos por ciúmes

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública, 23,7% dos crimes ocorreram pela não aceitação do término da relação

Brasília|Do R7, em Brasília

63% dos crimes foram causados por ciúmes e/ou posse
63% dos crimes foram causados por ciúmes e/ou posse

A maioria dos feminicídios cometidos na capital do país foi motivada por ciúmes. É o que mostra um estudo feito pela Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF). Os dados mostram que, dos 175 crimes desse tipo cometidos de 2015 até agosto de 2023, 63,6% foram causados por ciúmes e/ou posse, e 23,7% pela não aceitação do término do relacionamento.

De 2017 a 2022, o DF registrou mais de mil casos de feminicídio por ano. Nos últimos seis anos, 7.772 mulheres foram vítimas deste crime em todo o país, segundo dados do Fórum de Segurança Pública. O número vem crescendo desde que a lei foi criada, em março de 2015, e o Distrito Federal já registrou mais ocorrências nos primeiros oito meses de 2023 do que em todo o ano passado.

A psicóloga Maísa Guimarães explica que existe um "contexto cultural e uma certa permissividade" para que os homens se sintam com mais poder e direito sobre as escolhas e autonomia das mulheres.

"Ciúmes é um sentimento humano que homens e mulheres sentem, mas ele é associado a uma violência na experiência masculina porque vem desse contexto cultural de que os homens que decidem, que deveriam ou acreditam que têm o privilégio ou o poder de decidir sobre a vida das mulheres, sobre os desejos dessas mulheres, seja não aceitando que elas não queiram mais o relacionamento ou achando que têm o poder de decidir se elas vão ou não trabalhar", afirmou.

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A cofundadora e vice-presidente do Instituto Maria da Penha, Regina Célia Almeida, explica que existem várias formas de violência e que, por isso, é preciso ficar atento a todos os sinais.

"A gente tem sinais dessa violência. Quais são os primeiros sinais? Sempre as brincadeiras e piadas vão ser em um tom de desqualificar e desvalorizar a mulher. Segundo, comparar essa mulher com outras mulheres. Existem sinais que a gente consegue identificar quando o autor da violência é narcisista, ou seja, pensa apenas no seu ego e em satisfazer as suas vontades", explica.

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Números chamam a atenção

Ano a ano, o país vem em uma curva ascendente de casos, batendo recordes de ocorrência — em 2022, foram 1.437 registros, já em 2021, 1.347. As informações foram publicadas no Anuário Brasileiro de Segurança Pública de 2023.

Confira o número de casos de feminicídio por ano:

• 2022: 1.437

• 2021: 1.347

• 2020: 1.354

• 2019: 1.330

• 2018: 1.229

• 2017: 1.075

• 2016: 929

• 2015: 449

Dados também mostram que, desde que a lei foi criada, 9.150 mulheres foram mortas em casos de feminicídio. O número representa, em média, três mulheres mortas por dia no país nos últimos oito anos pelo fato de serem mulheres. O estudo também mostra que, em 35,6% dos casos de homicídio em que a vítima é mulher, a ocorrência é tipificada como feminicídio.

Em 2022, os estados que mais registraram o crime foram São Paulo (195), Minas Gerais (171), Rio de Janeiro (111), Rio Grande do Sul (110) e Bahia (107). Já quando se leva em conta a proporcionalidade dos casos, Rondônia (3,1 a cada 100 mil mulheres), Mato Grosso do Sul (2,9 a cada 100 mil mulheres), e Acre (2,6 a cada 100 mil mulheres) aparecem como os destaques negativos.

Canais de denúncia

• Disque Denúncia - Ligue 197 ou (61) 98626-1197 (WhatsApp)

• Delegacias Especiais de Atendimento à Mulher - (61) 3207-6172/ 3207-6195 - Funcionam 24 Horas

• PMDF - Ligue 190

• Núcleo de Gênero do MPDFT - (61) 3343-6086 e (61) 3343-9625

• Núcleo de Assistência Jurídica de Defesa da Mulher (Nudem) da Defensoria Pública - WhatsApp (61) 999359-0032

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