PRF demite policiais rodoviários envolvidos na morte de Genivaldo Santos em 'câmara de gás'
Três agentes abordaram o homem por estar sem capacete, colocaram-no em um porta-malas e dispararam gás lacrimogênio
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, informou nesta segunda-feira (14) que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) demitiu os três policiais rodoviários federais que causaram a morte por asfixia de Genivaldo de Jesus Santos ao prendê-lo no porta-malas de uma viatura e disparar gás lacrimogênio em grande quantidade dentro do veículo. A ação dos policiais foi durante uma abordagem em Sergipe. O chefe da pasta também afirmou que mandou revisar a doutrina e os manuais da PRF para "aprimorar tais instrumentos, eliminando eventuais falhas e lacunas".
"Não queremos que policiais morram em confrontos ou ilegalmente matem pessoas. Estamos trabalhando com Estados, a sociedade civil e as corporações para apoiar os bons procedimentos e afastar aqueles que não cumprem a Lei, melhorando a Segurança de todos", escreveu Dino em uma rede social.
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A abordagem que resultou na morte ocorreu porque a vítima trafegava de moto sem usar capacete em um trecho da BR-101, em Umbaúba, no interior de Sergipe.
William de Barros Noia, Kleber Nascimento Freitas e Paulo Rodolpho Lima Nascimento foram denunciados pelos crimes de tortura, abuso de autoridade e homicídio qualificado. Em 10 de janeiro, a Justiça Federal em Sergipe determinou que os três sejam submetidos a júri popular. Entretanto, o MPF (Ministério Público Federal) e a defesa de cada um dos agentes entraram com recursos.
A causa da morte de Genivaldo foi asfixia mecânica, em razão do alto volume de gás concentrado no porta-malas, onde ele foi colocado e de onde foi impedido de sair pelos policiais.