Logo R7.com
RecordPlus
R7 Brasília

Flávio tenta consolidar apoio enquanto partidos discutem se ele deve ser o nome da direita para 2026

Definição do representante do campo conservador tem provocado resistências internas após senador ser anunciado como pré-candidato

Brasília|Joice Gonçalves, do R7, em BrasíliaOpens in new window

  • Google News

LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Flávio Bolsonaro é cogitado como candidato da direita à presidência em 2026, mas enfrenta resistências internas.
  • Dirigentes do centrão defendem que a escolha do candidato deve ser aberta e não exclusiva do PL.
  • Damares Alves e outros apoiadores promovem alternativas, como a candidatura de Michelle Bolsonaro.
  • Flávio gerou polêmica ao sugerir que sua candidatura poderia estar ligada a negociações de anistia para Jair Bolsonaro.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

DF - BOLSONARO/PRISÃO PREVENTIVA/VIGÍLIA/AGRESSÃO - POLÍTICA - Vigília evangélica conclamada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ)  em frente ao       condomínio onde o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em prisão domiciliar,       na noite deste sábado, 22. Um homem foi agredido durante a vigília. Identificado       como Ismael Lopes e evangélico, o homem pediu para discursar e foi autorizado pelo       filho de Bolsonaro. Com o microfone em mãos e ao lado de Flávio Bolsonaro, ele       disse que o ex-presidente deveria pagar por ter aberto 700 mil covas durante a       pandemia de covid-19. Ele teve o microfone tomado e foi empurrado para fora da       aglomeração bolsonarista. Enquanto era afastado, recebeu pontapés.     22/11/2025 - Foto: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO
Flávio Bolsonaro busca apoio de partidos após ser escolhido pelo pai como pré-candidato à Presidência WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO - 22.11.2025

A movimentação em torno do nome do senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) como possível candidato da direita à Presidência em 2026 envolve fatores que vão além do aval do pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, preso desde o fim de novembro. A definição do representante do campo conservador tem provocado resistências internas e exposto disputas entre partidos, lideranças e projetos distintos.

Mesmo com setores do PL empenhados em fortalecer o senador como opção competitiva, dirigentes do centrão indicaram que a escolha não será definida por um único grupo.


leia mais

O presidente do PP, Ciro Nogueira (PI), defendeu publicamente uma decisão construída de forma ampla, sem exclusividade para o partido de Flávio e do pai.

“Se eu tivesse que escolher pessoalmente um candidato para suceder o Bolsonaro, seria o Flavio, pela minha proximidade, mas política não faz só com amizade, faz com pesquisa, viabilidade, ouvindo partidos aliados, e não pode ser uma decisão só do PL”, afirmou Ciro nessa segunda-feira (8).


O líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), declarou que ainda haverá um encontro da bancada com Flávio para a “conversa formal” sobre a pré-candidatura, reunião que, segundo ele, segue pendente.

“O Jair sentiu-se abandonado pelo centro. O [lançamento] do Flávio [ao Palácio do Planalto] foi uma sacada de mestre e um teste de lealdade. Nós do PL não abandonaremos o ex-presidente”, afirmou o deputado.


Alternativas

Enquanto isso, outras figuras influentes da direita continuam impulsionando alternativas. A senadora Damares Alves (Republicanos-DF) mantém defesa ativa do nome de Michelle Bolsonaro como possível candidata, evidenciando divisão sobre o melhor rumo eleitoral.

“Eu tenho um líder. E o meu líder é Jair Messias Bolsonaro. E será exatamente como Jair Messias Bolsonaro desejar e decidir. Amigo, agora a decisão também é sua. E pode contar comigo. A decisão de Jair Messias Bolsonaro é a melhor para o Brasil”, afirma Damares Alves.


O cenário ganhou tensão adicional após Flávio afirmar em entrevista exclusiva à RECORD que o debate sobre sua candidatura poderia envolver negociações relacionadas a uma eventual anistia ao ex-presidente.

A fala repercutiu de forma negativa nas redes sociais e provocou reações entre apoiadores, que expressaram desconforto com a possibilidade de vincular o projeto eleitoral à situação jurídica de Jair Bolsonaro.

No governo federal, a postura tem sido evitar manifestações oficiais. Nos bastidores, integrantes da base petista sustentam que a articulação da direita estaria concentrada em “salvar a pele” do ex-presidente, sem apresentar proposta sólida para o país.

O líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), chegou a chamar Flávio Bolsonaro de “piada” ao comentar a declaração envolvendo anistia.

“Enquanto o mundo lembra líderes que tinham sonhos, o senador admite que tem preço. É esse o nível que querem vender ao país. Vergonhoso”, afirmou o deputado.

Desunião

Na avaliação do cientista político da UnB (Universidade de Brasília) Murilo Medeiros, os rumos da direita para 2026 estão em plena mutação. Segundo ele, sem o polo gravitacional que Bolsonaro exercia, o campo conservador tende a fragmentar-se em múltiplas pré-candidaturas.

“A desunião interna aumenta a encruzilhada da direita, que hoje opera em duas vertentes: uma base militante que admite sacrificar a estratégia presidencial para preservar a hegemonia interna do clã Bolsonaro. E uma corrente de lideranças, ancorada nos governadores e nos partidos conservadores, que busca uma candidatura com maior capacidade de vitória”, comenta.

Para Medeiros, com Bolsonaro fragilizado e Flávio ainda em teste, emerge uma “janela rara para construção de uma alternativa liberal-conservadora capaz de atrair o eleitor antipetista sem carregar o peso da radicalização”.

“Os partidos de centro-direita, com estrutura financeira e capilaridade regional, começam a enxergar o cenário como oportunidade. Quanto mais prolongado for o impasse interno da direita, maior será o espaço para candidaturas alternativas.”

Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da RECORD, no WhatsApp

Últimas


    Utilizamos cookies e tecnologia para aprimorar sua experiência de navegação de acordo com oAviso de Privacidade.