Fórum de Governadores quer ação coordenada de combate à Covid
A meta é que os estados e o DF cooperem entre si e busquem o governo federal para uma ação de âmbito nacional
Brasília|Luiz Calcagno e Bruna Lima, do R7, em Brasília
Os chefes de Executivo dos estados e do Distrito Federal reuniram-se nesta quinta-feira (3), por teleconferência, no Fórum Nacional de Governadores. No encontro, eles trataram da pandemia, do reajuste dos professores do ensino básico e do aumento no preço dos combustíveis.
Com o papel de porta-voz da reunião no DF, o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), participou do evento presencialmente ao lado do governador Ibaneis Rocha (MDB), que liderou a reunião, e do vice-governador do DF, Paco Britto (Avante).
"O que mais nos preocupou foi o aumento de casos nos levando à ocupação de leitos clínicos e de UTI e o aumento de óbitos. Por isso, estamos recomendando medidas nacionais. Não mais esse ou aquele estado. Quando a gente faz isso com um estado, é como enxugar gelo. Você melhora e depois piora. Há necessidade de medidas nacionais e integrar os três níveis de governo, na perspectiva de controlar a transmissibilidade", afirmou.
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De acordo com Dias, o cuidado nos aeroportos e nas fronteiras bem como a prioridade em restabelecer o uso de máscara, inclusive em locais abertos, foram estratégias pontuadas na reunião. Os governadores querem, ainda, um compromisso conjunto para a suspensão de eventos de grande porte, pondo em xeque a realização do Carnaval.
O porta-voz dos governadores destacou como estratégicas, ainda, a suspensão de eventos públicos e privados nos próximos 30 dias, a criação de grupos para avaliação semanal e quinzenal o avanço da pandemia e a ampliação da capacidade de exames para obter maior capacidade de triagem. Uma meta, segundo o chefe do Executivo do Piauí, é "chegar a 15 de março com mais de 80% da população do Brasil vacinada".
"Entre os óbitos [por Covid-19], algo próximo de 100%, ou não tomaram a vacina ou não completaram o esquema vacinal", afirmou Dias.
Os líderes estaduais firmaram compromisso de garantir o pagamento do piso salarial aos professores. No entanto, cobram do governo federal um auxílio financeiro, sobretudo para garantir que municípios mais pobres honrem os reajustes. "Há uma tese, com base na própria Constituição, de que sempre que a União ou outro nível de governo cria uma despesa e impõe para um nível abaixo, ele tem que fazer a compensação", destacou Dias.
O governador reiterou que os participantes do encontro defenderam a valorização dos professores. Com o reajuste, o piso dos professores públicos do ensino básico subirá de R$ 2.800 para R$ 2.845. "Temos uma situação em que vários municípios, mais de 70%, e quatro estados têm dificuldades para cumprir. Outros farão ajuste nas contas. Mas alguns têm dificuldades", argumentou.