GDF determina que professores voltem às aulas mesmo sem a D2
Circular da Secretaria de Educação dispensa profissionais com comorbidades que não tomaram a a segunda dose, e grávidas
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
A Secretaria de Educação determinou o retorno dos professores da rede pública de ensino à sala de aula. Só permanecerão no atendimento remoto os alunos portadores de comorbidades que ainda não tomaram a segunda dose da vacina contra a Covid-19, e as grávidas. A circular que determinou o retorno às aulas foi publicada na segunda-feira (3).
"Somente os profissionais da educação com comorbidades que não tenham recebido a 2º dose da vacina contra a Covid-19 poderão permanecer no atendimento remoto até completar 15 dias da aplicação da vacina, devendo fazer a comunicação oficial à respectiva equipe gestora, com a devida comprovação. As gestantes deverão permanecer no atendimento não presencial até entrar em licença maternidade, de acordo com a Lei Federal nº 14.151, de 12 de maio de 2021", orienta o documento.
A circular também trata da volta dos alunos. As turmas poderão funcionar com 50% a 100% dos estudantes. "Em razão do momento atual, recomendamos que as turmas sejam divididas em dois grupos, e que esses grupos sejam atendidos em semanas alternadas. Ou seja, na primeira semana, o grupo 1 estará com atividades presenciais e o grupo 2 com atividades não presenciais, enquanto que, na semana seguinte, os grupos devem ser invertidos", determina a circular.
O GDF disponibilizará o transporte para estudantes. Caberá às unidades escolares enviar uma lista com o nome dos alunos que precisam do serviço. Cada coordenação regional ficará responsável pelo cálculo do número de jovens atendidos em relação à quantidade de lugares disponíveis nos veículos, garantindo o distanciamento. A circular é assinada pela secretária de Educação, Hélvia Paranagúa, e pelo secretário executivo da pasta, Denilson Bento da Costa.
Sindicato dos Professores critica decisão
O Sindicato dos Professores do Distrito Federal (Sinpro-DF) divulgou uma nota afirmando que a decisão do governo foi tomada sem diálogo e descumprindo o acordo que garantia a volta de todos os professores após a imunização com a segunda dose da vacina contra a Covid-19. "Mesmo com o avanço da variante Delta, que tem vitimado até mesmo quem está completamente imunizado contra a Covid-19, o GDF determinou o retorno presencial de professores e orientadores educacionais que por algum motivo não se vacinaram ou se vacinaram parcialmente contra o vírus", afirma o texto.
Representantes do sindicato pedirão uma reunião com a Secretaria de Educação. "A nova orientação do GDF foi feita sem qualquer diálogo com o Sinpro-DF e quebra o acordo que resultou na circular n.º 4/2021 da Secretaria de Educação, publicada no último dia 31 de julho, a partir de negociação feita diretamente com o governador Ibaneis Rocha (MDB).
Pelo antigo documento, só retornariam presencialmente às salas de aula quem tivesse tomado as duas doses da vacina contra a Covid-19, após 15 dias da D2, ou após 15 dias da dose única do imunizante fabricado pela Janssen", informa a nota do Sinpro-DF.