GDF diz que está preparado para conter violência no 7 de setembro
A inteligência da Secretaria de Segurança Pública não espera levantes ilegais de policiais ou de homens dos Bombeiros
Brasília|Luiz Calcagno, do R7, em Brasília
O Governo do Distrito Federal contará com 5 mil agentes das forças de segurança locais e federais para garantir as manifestações de 7 de Setembro. O efetivo de cada força não foi detalhado, mas, além da Polícia Militar, Civil, Corpo de Bombeiros, atuarão na Esplanada dos Ministérios as polícias legislativas da Câmara e do Senado, a Força Nacional, que cuida do prédio do Ministério da Justiça, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) e os seguranças do Supremo Tribunal Federal (STF). Parte dessa força estará de sobreaviso para interceder em caso de confusões.
De acordo com o secretário de Segurança do DF, Júlio Danilo Souza Ferreira, não há expectativa de que haja insurreições de membros da ativa das forças de segurança durante as manifestações. Ele garantiu, porém, que, embora a pasta espere por protestos pacíficos, há ações planejadas para coibir “pessoas que queiram se utilizar das manifestações para se impor de forma violenta”. Serão, ao todo, 13 manifestações de grupos da direita na Esplanada dos Ministérios e três da esquerda, ainda sem local certo.
“Não há detecção de levante ou movimentos por parte da Polícia Militar, Polícia Civil e Bombeiros, que venham utilizar da manifestação para levantes. A corporação está bem tranquila. Estamos acompanhando a atuação das forças de segurança de forma coesa. O Ministério Público do DF também acompanha. Foi emitido solicitação, e temos agenda, devemos nos reunir com promotores da área da auditoria militar. Eles estão atentos à situação. E junto às forças militares, acompanham de perto essa movimentação (de agentes da ativa nos protestos)”, destacou.
A previsão é de que os protestos de oposição ocorram também na área central, na altura da Funarte. A SSP planeja fechar a Esplanada a partir de segunda-feira, 6 de setembro. As informações foram passadas em coletiva de imprensa na tarde desta terça (31/8). “Temos um protocolo específico utilizado, que é flexível, do mais rígido ao menos rígido. O protocolo inicial é de fechamento da Esplanada para veículos, a praça dos três poderes deverá seguir fechada (também para os manifestantes) como costumamos fazer por questão de segurança”, afirmou Ferreira no Palácio do Buriti.
Revistas e fiscalização
Sobre o fechamento da Praça dos Três Poderes ele explicou que a região tem três prédios públicos importantes, o Congresso Nacional, o STF e o Palácio do Planalto, o que dificultaria uma evacuação do espaço, caso fosse necessária. A polícia militar também fará linha de revista nas manifestações para impedir que pessoas levem garrafas de vidro, hastes de madeira, pedaços de ferro e outros objetos que possam ser usados como arma.
E, antes do evento, o Serviço de Limpeza Urbana do DF (SLU) fará uma faxina na região, também para retirar pedras e outros objetos. “Fazemos um trabalho de limpeza no local. Temos 29 agências e órgãos do DF que participam dessas ações. Vai ter ação do SLU às vésperas para retirar qualquer material que possa servir de arma nas manifestações. Além disso, do trabalho das forças de segurança, Polícia Militar, Polícia Civil, Corpo de Bombeiros, Detran, Departamento de Estradas de Rodagem, o DF Legal e outros órgãos de fiscalização participarão evitando venda de produtos por meio de ambulantes”, destacou o secretário.
A Secretaria de Segurança Pública ainda está em conversa com representantes das manifestações e, também, com as corporações do DF e de âmbito nacional, incluindo a Polícia Federal, e novas determinações podem surgir até a próxima sexta (3/9). O secretário afirmou que os grupos divergentes farão manifestações em locais diferentes da cidade por segurança e para garantir os direitos constitucionais aos atos. A Esplanada teria sido reservada para o movimento com maior número previsto de integrantes. O local exato dos demais atos será divulgado, também, até sexta.
“O local das manifestações, em decorrência da quantidade de movimento e previsão de pessoas em um volume maior, não é recomendável que ocorra o mesmo local. Ou isso frustra a outra manifestação. A de maior vulto vai ocorrer na Esplanada. E a outra, em outro local. Estamos negociando e a intenção é garantir que todos possam se manifestar, mas não na mesma localidade, por questão de segurança e de não frustrar o direito dos que querem se manifestar”, disse Ferreira.
Ainda não há expectativa de público, mas agentes das forças de segurança preparam estimativas. “Temos acompanhado as caravanas e ônibus que venham para a cidade. Temos a atuação da Polícia Rodoviária Federal e da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Buscamos informações de ônibus e acompanhamos a questão da hospedagem dos hotéis para fazer uma estimativa. Ainda não temos a definição desse público no quantitativo de número”, explicou o secretário.