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R7 Brasília

Governadores do Norte e Nordeste criticam modelo de conselho que vai cuidar de impostos

As unidades federativas teriam o mesmo peso nas decisões do colegiado, mas, por pressão do Sul e Sudeste, o texto foi alterado

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Governador de Alagoas discursou no encontro
Governador de Alagoas discursou no encontro

Diante dos impasses no texto da reforma tributária, os governadores dos estados do Norte e do Nordeste pediram mudanças na governança do Conselho Federativo e na distribuição dos recursos do Fundo de Desenvolvimento Regional. Esses são pontos sensíveis no texto que foi aprovado na Câmara dos Deputados e está em tramitação no Senado Federal. Os chefes do Executivo nos estados participam de um debate sobre o tema no Congresso, nesta terça-feira (29).

O Conselho Federativo foi alvo de críticas por parte dos governadores Wilson Lima (Amazonas), Jerônimo Rodrigues (Bahia), Clécio Luís (Amapá), Paulo Dantas (Alagoas), Rafael Fonteles (Piauí), Ronaldo Caiado (Goiás) e Renato Casagrande (Espírito Santo), além da vice-governadora do Distrito Federal, Celina Leão. Todos afirmaram que temem que o modelo enfraqueça o pacto federativo e tire a autonomia dos estados.

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"Nós, da Bahia, junto com o Consórcio Nordeste, temos algumas preocupações. É fundamental que a gente respeite e fortaleça o federalismo na relação município, estado e União, mas, da mesma forma, também o equilíbrio entre as desigualdades ou o potencial de cada região. O conselho de representação, para nós, é fundamental que mantenha o que acontece nesta Casa, que é a Casa federativa", afirmou o governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues.

Inicialmente, as unidades federativas teriam o mesmo peso nas decisões do conselho. No entanto, por pressão dos estados do Sul e do Sudeste, o relator na Câmara, o deputado Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), mudou o texto.


O critério para as decisões passou a obedecer a dois princípios: o número de estados e o peso populacional. Com isso, as medidas só serão aprovadas se o voto da maioria dos representantes corresponder a mais de 60% da população do país.

O governador do Piauí, Rafael Fonteles, também fez críticas ao rateio do Fundo de Desenvolvimento Regional, que vai compensar o fim da guerra fiscal entre os estados e terá aportes exclusivos da União.


"Pedimos que seja colocado o critério de rateio do Fundo de Desenvolvimento Regional como sendo proporcional ao inverso da renda per capita dos estados, porque é um princípio constitucional diminuir as desigualdades regionais. Então, nós temos que atuar para ter estados e regiões menos desiguais. Essa é a função do fundo", afirmou. 

Na mesma linha, o governador de Alagoas, Paulo Dantas, também defendeu mudanças no critério de distribuição do recurso e pediu que o valor do fundo seja revisto, de R$ 40 bilhões para R$ 75 bilhões.

"Há um entendimento entre todos os governadores de nós alcançarmos o valor de R$ 75 bilhões. O critério de rateio e partilha é fundamental para nós diminuirmos as desigualdades sociais e alcançarmos as pessoas mais humildes, sobretudo no Norte e no Nordeste", disse.

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