Governo brasileiro condena assassinato de líder do grupo terrorista Hamas
Itamaraty avalia que episódio dificulta ainda mais a chance de uma solução pacífica para o conflito na Faixa de Gaza
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, divulgou uma nota nesta quarta-feira (31) em que condena veementemente o assassinato do chefe do grupo terrorista Hamas, Ismail Haniyeh, em Teerã. O episódio, avalia o Itamaraty, dificulta ainda mais a chance de uma solução pacífica para o conflito na Faixa de Gaza.
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“O Brasil repudia o flagrante desrespeito à soberania e à integridade territorial do Irã, em clara violação aos princípios da Carta das Nações Unidas, e reafirma que atos de violência, sob qualquer motivação, não contribuem para a busca por estabilidade e paz duradouras no Oriente Médio. Tais atos dificultam ainda mais as chances de solução política para o conflito em Gaza, ao impactarem negativamente as conversações que vinham ocorrendo para um cessar-fogo e a libertação dos reféns”, diz o comunicado.
“O Brasil reitera o apelo a todos os atores para que exerçam máxima contenção, de modo a impedir que a região entre em conflito de grandes proporções e consequências imprevisíveis, às custas de vidas civis e inocentes, bem como exorta a comunidade internacional para que envide todos os esforços possíveis com vistas a promover o diálogo e conter o agravamento das hostilidades. O governo brasileiro reitera que, para interromper a grave escalada de tensões no Oriente Médio, é essencial implementar cessar-fogo imediato na Faixa de Gaza, em cumprimento à Resolução 2735 do Conselho de Segurança das Nações Unidas”, acrescenta.
Haniyeh foi morto em Teerã, no Irã, durante um ataque aéreo que atingiu sua residência. O líder do grupo estava na capital iraniana para a cerimônia de posse do novo presidente, Masoud Pezeshkian, e estava hospedado em um abrigo para veteranos de guerra. O Hamas acusou Israel pelo ataque, aumentando as tensões no Oriente Médio, enquanto o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, prometeu vingança. Até o momento, ninguém assumiu a responsabilidade pelo ataque, e o exército israelense não comentou o caso, que provoca uma crise no Irã.
Em entrevista à RECORD NEWS, o analista internacional Vladimir Feijó sugere que a morte do chefe do grupo terrorista Hamas pode estar ligada as negociações envolvendo os Estados Unidos e seus aliados. Segundo ele, a morte do líder em Teerã, capital do Irã, pode ser resultado de uma negociação internacional, na qual Israel poderia ter concordado em adotar uma postura “mais comedida” com relação ao grupo terrorista libanês Hezbollah, aliado do Hamas
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