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Governo de transição planeja aprovar PEC orçamentária até o início de dezembro

Equipe de Lula dialoga com Congresso para viabilizar a votação. Há clima para efetivar a programação

Brasília|Bruna Lima, do R7, em Brasília

Equipe de transição dialoga com Congresso para aprovar PEC com mais recurso orçamentário
Equipe de transição dialoga com Congresso para aprovar PEC com mais recurso orçamentário Equipe de transição dialoga com Congresso para aprovar PEC com mais recurso orçamentário

A equipe do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se movimenta para aprovar a chamada PEC da Transição até a primeira quinzena de dezembro. A proposta para abrir margem orçamentária capaz de bancar as promessas de campanha petista precisa do aval do Congresso, e por isso as articulações devem se intensificar a partir da próxima semana. Há clima para efetivar a programação.

Responsável da equipe de transição por articular a questão orçamentária no Congresso, o senador eleito Wellington Dias (PT-PI) afirmou, em resposta enviada à reportagem, haver "boa vontade de diálogo com os presidentes da Câmara e do Senado" e que o próximo passo consiste em se reunir com o presidente da Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização, deputado Celso Sabino (União-PA), e demais lideranças.

"Dependemos de um entendimento com o Congresso Nacional. Encontramos muita boa vontade em um gesto pelo Brasil para que possamos, neste momento, tratar de várias emergências", disse Dias. O desafio, para ele, é o tempo.

O senador eleito afirma que o caminho é seguir com a tramitação da Lei Orçamentária Anual (LOA) "para quantificar o valor necessário em cada ponto crítico" e garantir o recurso por meio da PEC da Transição. O texto da PEC deve estar pronto nesta terça-feira (8), "dando condições para que, na primeira ou segunda semana de dezembro, ocorra a votação", disse Dias.

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Há boa vontade por parte dos parlamentares em aprovar o waiver fiscal, uma licença temporária das regras fiscais para organizar o Orçamento. A reportagem apurou que, para que a matéria seja pautada sem dificuldades no Plenário, é necessário ter razoabilidade por parte da equipe de transição quanto ao que vai ser agregado à PEC. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), alerta para a necessidade de estabelecer um diagnóstico técnico que não extrapole as reais emergências.

Nesse sentido, a promessa de isentar o Imposto de Renda de pessoas que ganham até R$ 5.000 deve ficar para depois, como destacou o deputado Enio Verri (PT-PR), um dos articuladores das lideranças petistas. "Não dá tempo para Imposto de Renda, faltam 40 dias para encerrar o ano legislativo, estamos discutindo o que é extremamente urgente."

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Articulações

Os articuladores de Lula iniciaram os acertos na quinta-feira (3), em reunião com o relator do Orçamento de 2023, o senador Marcelo Castro (MDB-PI). Na ocasião, Castro frisou a falta de verba para bancar as atuais demandas. "O Orçamento já é deficitário por si próprio, e, pelo nono ano consecutivo, estamos fazendo com déficit de aproximadamente R$ 65 bilhões."

Por isso, a ideia, que já conta com apoio do relator, é tirar da regra do teto de gastos os recursos considerados prioritários para o novo governo no próximo ano. Entre os compromissos feitos por Lula está a manutenção do Auxílio Brasil de R$ 600, com R$ 150 a mais para famílias com crianças menores de 6 anos. Só para cumprir essa promessa, a estimativa é gastar R$ 70 bilhões a mais para que o benefício não caia para R$ 405 a partir de janeiro.

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Somados ao auxílio, outros gastos adicionais que devem entrar na PEC são o aumento real do salário mínimo, acima da inflação, reajuste a servidores públicos e isenção do imposto de renda para quem recebe até R$ 5.000. Fontes com conhecimento da negociação relataram uma estimativa de recursos extras para custear esses pontos na faixa de R$ 200 bilhões.

Na avaliação do deputado Arthur Maia (União-BA), presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na Câmara, o número levantado "é um exagero", e os próximos dias serão decisivos para estabelecer valores e "tratativas para encaminhar o assunto no Congresso".

"Para fazer justiça ao presidente eleito, devemos reconhecer que, caso Bolsonaro tivesse vencido e mantivesse a promessa de auxílio Brasil de R$ 600 e correção do salário mínimo acima da inflação, não haveria outro caminho senão furar o teto", escreveu Maia nas redes sociais.

Saúde e Educação

Outras questões que ainda estão em discussão são a manutenção do Auxílio Merenda, previsão para bancar os programas Farmácia Popular e Mais Médicos, além de zerar a fila do SUS, incrementar a assistência à população indígena e dar continuidade a obras e serviços essenciais. 

Para que na terça-feira (8) seja encaminhado ao Congresso, o texto da PEC deve ser alinhado com Lula na segunda-feira (7), relatou o coordenador da equipe de transição, o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). "A preocupação é manter o Bolsa Família [Auxílio Brasil] e garantir o Orçamento para não ter interrupção de obras e serviços", destacou.

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