Governo diz que não barrou apoio ao RJ e afirma que envio de blindados depende de decreto
Governador afirmou que governo federal negou apoio da Marinha; ministério diz que AGU apontou necessidade de decreto presidencial
Brasília|Do R7, em Brasília
LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA
Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

O Ministério da Defesa respondeu nesta terça-feira (28) às críticas do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que afirmou que o governo federal teria negado um pedido para que a Marinha disponibilizasse veículos blindados em apoio a ações policiais no estado. Segundo o governador, a solicitação buscava reforçar intervenções em áreas de conflitos violentos e intensos.
Em nota enviada após as declarações de Castro, o ministério afirmou que a requisição feita pelo governo fluminense, em janeiro de 2025, foi submetida à análise da AGU (Advocacia-Geral da União).
leia mais
O pedido estava relacionado ao episódio da morte da médica da Marinha Gisele Mendes, em dezembro de 2024, que foi atingida por uma bala perdida dentro do Hospital Naval Marcílio Dias, na Zona Norte do Rio.
Na ocasião, a Marinha chegou a posicionar veículos blindados no entorno do hospital, dentro do limite legal de 1.400 metros em torno de instalações militares, como medida de segurança para proteger a área e o efetivo.
Segundo a Defesa, a análise técnica da AGU indicou que qualquer atuação dos blindados fora desse perímetro somente poderia ocorrer no contexto de uma Operação de GLO (Garantia da Lei e da Ordem), o que exigiria um decreto presidencial.
Megaoperação com 64 mortos
A polêmica em torno dos blindados surgiu em meio à megaoperação policial nos Complexos do Alemão e da Penha, na Zona Norte, que resultou em 64 mortos, incluindo quatro agentes de segurança — dois policiais civis e dois do Bope.
A ação prendeu 81 suspeitos de tráfico de drogas e apreendeu 75 fuzis e 9 motocicletas, tornando-se a operação mais letal da história do estado.
Em entrevista coletiva, Castro afirmou que o RJ “está sozinho” e sem ajuda do governo federal. Apesar da cobrança, ele informou “não ter pedido forças federais desta vez”.
“Tivemos pedidos negados três vezes: para emprestar o blindado, tinha que ter GLO [Garantia da Lei e da Ordem]. E o presidente [Lula] é contra a GLO. Cada dia, uma razão para não estar colaborando”, cobrou o governador.
“Estamos sozinhos nessa luta hoje. Infelizmente, desta vez, como ao longo deste mandato inteiro, não temos o auxílio de blindados nem agentes das forças federais de segurança e defesa”, acrescentou Castro.
As missões de GLO são realizadas exclusivamente por ordem do presidente da República quando as forças tradicionais de segurança pública não são mais capazes de manter a ordem.
A GLO concede provisoriamente aos militares autorização para atuar com poder de polícia até o restabelecimento da normalidade.
Leia a íntegra da nota do Ministério da Defesa
O Ministério da Defesa informa que, quando o Governo do Estado do Rio de Janeiro encaminhou ofício solicitando o apoio logístico da Marinha do Brasil (em janeiro de 2025), por meio do fornecimento de veículos blindados (CLAnf), o referido pedido foi submetido à análise da Advocacia-Geral da União (AGU). O ofício estava relacionado ao episódio ocorrido em dezembro de 2024, quando uma Capitã de Mar e Guerra da Marinha do Brasil faleceu ao ser atingida por uma bala no Hospital Naval Marcílio Dias. Naquele momento, a Marinha posicionou veículos blindados no perímetro do hospital, respeitando o limite legal de 1.400 metros em torno de instalações militares, medida voltada à segurança da área e dos militares. A AGU emitiu parecer técnico indicando que a solicitação do governo do RJ somente poderia ser atendida no contexto de uma Operação de Garantia da Lei e da Ordem (GLO), o que demandaria Decreto Presidencial.
Fique por dentro das principais notícias do dia no Brasil e no mundo. Siga o canal do R7, o portal de notícias da Record, no WhatsApp
