Governo do DF estuda adotar tarifa zero no transporte público; entenda
Segundo a Secretaria de Mobilidade, estudos de viabilidade econômica estão em andamento para análise
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
A Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal estuda a possibilidade de adotar tarifa zero no transporte público. Em nota, a pasta informou que os estudos de viabilidade econômica financeira ainda estão em andamento para o envio aos órgãos competentes para análise.
A secretaria não soube informar se a tarifa seria para todos os modais de transporte coletivo público ou apenas para os ônibus.
A ideia, que também está em discussão na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), permitiria o uso gratuito do transporte público.
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Segundo a Comissão de Transporte e Mobilidade Urbana da CLDF, em 2022 o governo do Distrito Federal liquidou R$ 3,7 bilhões em contratos com empresas de transporte, e o custo para a implantação da tarifa zero seria de R$ 4 bilhões.
Para o especialista em transporte e mobilidade Wesley Nogueira, apesar da viabilidade da tarifa zero, existe uma preocupação quanto à maneira como o governo vai arrecadar os recursos. Atualmente, parte dos fundos é bancada pelas tarifas e outra por subsídios do governo.
Ainda de acordo com o especialista, a tarifa zero pode causar aumento na demanda, o que, consequentemente, vai gerar a necessidade de ampliação das frotas, de funcionários e de outros aspectos que elevariam o custo. Dessa forma, mesmo com o custo anual estimado em R$ 3,7 bilhões, a despesa poderá aumentar.
Nogueira disse, ainda, que a implementação da tarifa deveria ser estudada para atender, além do Distrito Federal, o Entorno. “A tarifa zero só no DF, sem enxergar o Entorno, pode causar um problema social, de exclusão de mão de obra.”
Por outro lado, a doutora em transporte e trânsito e mestre em ciências da saúde Adriana Modesto explica que a tarifa poderia promover a inclusão social e atenuar as iniquidades. “A adoção da tarifa zero poderia atender às demandas de deslocamentos, sobretudo das camadas sociais mais vulneráveis, que, eventualmente, não gozam de recursos financeiros para arcar com o valor das tarifas”, disse.