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DF terá intérprete de Libras virtual em todos os órgãos até o começo de outubro, diz secretário

À frente da pasta da Pessoa com Deficiência, Flávio Santos detalhou ao R7 iniciativas que serão lançadas até dezembro deste ano

Brasília|Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Flávio: mesmo com cotas, as pessoas têm dificuldade
Flávio: mesmo com cotas, as pessoas têm dificuldade

A Secretaria da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal pretende lançar, até o começo de outubro, um sistema virtual para favorecer a comunicação com pessoas surdas. A iniciativa fará parte do Programa de Acessibilidade Comunicacional, chamado Central de Intermediação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.

O sistema vai ter um intérprete de Libras que vai facilitar o acesso do surdo em todos os órgãos do GDF%3A delegacias%2C escolas%2C hospitais e outros atendimentos públicos.

(Flávio Santos, SECRETÁRIO DA PESSOA COM DEFICIÊNCIA DO DISTRITO FEDERAL, em entrevista exclusiva ao R7)

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Essa é uma das ações serão adotadas pela pasta até o fim do ano. Haverá ainda programas de empregabilidade e qualificação profissional, aplicativo de intérprete de Libras e acolhimento a quem cuida da pessoa com deficiência.


A pasta tomou a iniciativa com base nos dados da "Pesquisa Retratos Sociais 2021 - Pessoa com Deficiência", do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). O levantamento, publicado no fim do ano passado, aponta que 113 mil pessoas com deficiência moram no Distrito Federal.

O número corresponde a 3,8% da população total da capital do país com dois anos de idade ou mais, sendo que a maioria vive em condição social vulnerável (6,6% nas classes D e E).


"A pesquisa traz informações importantes para identificar não apenas o quantitativo de pessoas com deficiência, mas onde elas estão, qual a sua condição social, financeira e profissional", detalha o secretário.

Dois projetos até 3 de dezembro

Outros dois projetos da pasta devem ser lançados até 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa Com Deficiência. "Estamos construindo junto ao Ministério Público do Trabalho uma parceria para a inclusão da pessoa com deficiência dentro do mercado de trabalho", adianta o titular da pasta.


Atualmente, segundo os dados do IPEDF, cerca de 35,9% das pessoas com deficiência são empreendedores ou autônomos, contra 26% da população sem deficiência. O dado revela tanto a ocupação de deficientes na informalidade quanto a busca por inserção no mercado de trabalho, mesmo que de forma autônoma. Neste cenário, a estratégia do GDF será atuar na qualificação e na mudança da visão capacitista de algumas empresas.

"Muitas vezes, [a pessoa com deficiência] não teve oportunidade de aprender uma profissão ou se dedicar a uma determinada área de trabalho. Mesmo com a Lei de Cotas, elas encontram dificuldade", afirma o secretário da pasta que pretende dialogar com o setor empresarial.

Estamos trabalhando para que elas tenham consciência do potencial que a pessoa com deficiência tem como ser laboral. Normalmente%2C são pessoas que se dedicam mais%2C pela necessidade de mostrar seu potencial%2C e também para descaracterizar essa condição de que%2C por ser deficiente%2C é menos eficiente.

(Flávio Santos, Secretário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal)

Esporte e Cadastro Único

Neste mês dedicado à luta pela conscientização da Saúde Mental, o Secretário da Pessoa com Deficiência defende as ações de inserção no mercado de trabalho e o social da pessoa com deficiência.

"Elas, naturalmente, estão mais propícias à vulnerabilidade da saúde mental, principalmente, se pensarmos que, depois de adultos, muitas pessoas se tornam deficientes. Isso cria traumas e complexos. Então, existe dentro da pasta o objetivo de integrar essa pessoa ao convívio e otimizar a qualidade de vida, para que elas percebam que a vida não acabou. Nesse contexto, o esporte é um grande instrumento, assim como o lazer, a socialização e a inclusão", destaca Flávio.

A pasta, além disso, pretende facilitar o acesso aos direitos das pessoas com deficiência por meio do Cadastro Único da Pessoa com Deficiência (CADPCD). O sistema unifica os dados e garante o reconhecimento da pessoa com deficiência em todo o serviço disponibilizado na capital do país.

A carteirinha é válida também para pessoas dentro do Espectro Autista. Para ter acesso, basta acessar o site sistemas.df.gov.br/cadpcd, enviar o laudo para análise e aguardar o retorno da secretaria já com as carteirinhas para impressão.

O CADPCD vem concentrar todas essas informações%2C legitimar a pessoa com deficiência em qualquer órgão do GDF. Temos parceria com a TCB [Sociedade de Transportes Coletivos de Brasília] para o acesso ao DF Acessível pela carteirinha%2C assim como parceria com a Companhia de Desenvolvimento Habitacional do Distrito Federal [Codhab]%2C para que as pessoas inseridas no programa habitacional como pessoa com deficiência possam ter acesso efetivo e mais ágil.

(Flávio Santos, secretário da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal )

Novidades em setembro

Embora o cadastro único já esteja em funcionamento no sistema do GDF, a pasta pretende anunciar, este mês, a regularização da medida. Também em setembro a secretaria vai regularizar a lei que estipula o laudo único.

Desta forma, as pessoas com deficiência não precisam renovar, de tempos em tempos, os laudos médicos para ter acesso aos seus direitos.

Cuidando de quem cuida

Santos adianta que a pasta também tem projetos para dar suporte a quem cuida das pessoas com deficiência. "Estamos em uma tratativa com a Secretaria da Mulher para um programa de acolhimento às mães de pessoas com deficiência. [Às vezes], a gente pensa muito na pessoa com deficiência e esquece de quem cuida dela".

O secretário esclarece que esses cuidadores, na maioria das vezes mulheres, deixam o emprego e se dedicam ao cuidado da pessoa com deficiência, mas não recebem um suporte adequado.

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