A Secretaria da Pessoa com Deficiência do Distrito Federal pretende lançar, até o começo de outubro, um sistema virtual para favorecer a comunicação com pessoas surdas. A iniciativa fará parte do Programa de Acessibilidade Comunicacional, chamado Central de Intermediação em Libras, a Língua Brasileira de Sinais.• Compartilhe esta notícia no WhatsApp • Compartilhe esta notícia no Telegram Essa é uma das ações serão adotadas pela pasta até o fim do ano. Haverá ainda programas de empregabilidade e qualificação profissional, aplicativo de intérprete de Libras e acolhimento a quem cuida da pessoa com deficiência. A pasta tomou a iniciativa com base nos dados da "Pesquisa Retratos Sociais 2021 - Pessoa com Deficiência", do Instituto de Pesquisa e Estatística do DF (IPEDF). O levantamento, publicado no fim do ano passado, aponta que 113 mil pessoas com deficiência moram no Distrito Federal. O número corresponde a 3,8% da população total da capital do país com dois anos de idade ou mais, sendo que a maioria vive em condição social vulnerável (6,6% nas classes D e E). "A pesquisa traz informações importantes para identificar não apenas o quantitativo de pessoas com deficiência, mas onde elas estão, qual a sua condição social, financeira e profissional", detalha o secretário. Outros dois projetos da pasta devem ser lançados até 3 de dezembro, Dia Internacional da Pessoa Com Deficiência. "Estamos construindo junto ao Ministério Público do Trabalho uma parceria para a inclusão da pessoa com deficiência dentro do mercado de trabalho", adianta o titular da pasta. Atualmente, segundo os dados do IPEDF, cerca de 35,9% das pessoas com deficiência são empreendedores ou autônomos, contra 26% da população sem deficiência. O dado revela tanto a ocupação de deficientes na informalidade quanto a busca por inserção no mercado de trabalho, mesmo que de forma autônoma. Neste cenário, a estratégia do GDF será atuar na qualificação e na mudança da visão capacitista de algumas empresas. "Muitas vezes, [a pessoa com deficiência] não teve oportunidade de aprender uma profissão ou se dedicar a uma determinada área de trabalho. Mesmo com a Lei de Cotas, elas encontram dificuldade", afirma o secretário da pasta que pretende dialogar com o setor empresarial. Neste mês dedicado à luta pela conscientização da Saúde Mental, o Secretário da Pessoa com Deficiência defende as ações de inserção no mercado de trabalho e o social da pessoa com deficiência. "Elas, naturalmente, estão mais propícias à vulnerabilidade da saúde mental, principalmente, se pensarmos que, depois de adultos, muitas pessoas se tornam deficientes. Isso cria traumas e complexos. Então, existe dentro da pasta o objetivo de integrar essa pessoa ao convívio e otimizar a qualidade de vida, para que elas percebam que a vida não acabou. Nesse contexto, o esporte é um grande instrumento, assim como o lazer, a socialização e a inclusão", destaca Flávio. A pasta, além disso, pretende facilitar o acesso aos direitos das pessoas com deficiência por meio do Cadastro Único da Pessoa com Deficiência (CADPCD). O sistema unifica os dados e garante o reconhecimento da pessoa com deficiência em todo o serviço disponibilizado na capital do país. A carteirinha é válida também para pessoas dentro do Espectro Autista. Para ter acesso, basta acessar o site sistemas.df.gov.br/cadpcd, enviar o laudo para análise e aguardar o retorno da secretaria já com as carteirinhas para impressão. Embora o cadastro único já esteja em funcionamento no sistema do GDF, a pasta pretende anunciar, este mês, a regularização da medida. Também em setembro a secretaria vai regularizar a lei que estipula o laudo único. Desta forma, as pessoas com deficiência não precisam renovar, de tempos em tempos, os laudos médicos para ter acesso aos seus direitos. Santos adianta que a pasta também tem projetos para dar suporte a quem cuida das pessoas com deficiência. "Estamos em uma tratativa com a Secretaria da Mulher para um programa de acolhimento às mães de pessoas com deficiência. [Às vezes], a gente pensa muito na pessoa com deficiência e esquece de quem cuida dela". O secretário esclarece que esses cuidadores, na maioria das vezes mulheres, deixam o emprego e se dedicam ao cuidado da pessoa com deficiência, mas não recebem um suporte adequado.