Governo envia Força Nacional a terra indígena tomada por garimpo
Etnia nhambiquara, em Mato Grosso, sofre com a pressão de garimpeiros ilegais na Terra Indígena Sararé há 30 anos
Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília
O Ministério da Justiça se decidiu pelo envio da Força Nacional a Terra Indígena Sararé, em Mato Grosso. O povo indígena nhambiquara vive em uma área de pouco mais de 67 mil hectares na região de Pontes e Lacerda, perto da fronteira entre o Brasil e a Bolívia, a 443 km de Cuiabá.
A autorização para o uso da força de segurança na região foi publicada nesta segunda-feira (6) no Diário Oficial da União.
Um dos problemas enfrentados pelos nhambiquaras é a ameaça de garimpeiros, segundo a PF (Polícia Federal). Em outubro, agentes policiais realizaram a terceira fase da Operação Alfeu, de repressão contra o desmatamento na região.
Em setembro, a PF apreendeu seis escavadeiras em garimpos ilegais denominados “Babalu” e Cooper Pontes, equipamentos avaliados no valor total de R$ 3,5 milhões. Os garimpeiros foram flagrados por meio de imagens de satélites degradando a área indígena, mesmo após ações anteriores dos agentes de fiscalização.
Segundo o Ministério da Justiça, a Força Nacional deve atuar na terra indígena para a “preservação da ordem pública” e da “incolumidade das pessoas e do patrimônio”. As atividades estão autorizadas para começar nesta segunda-feira (6) e vão até o dia 26 de abril de 2022. No entanto, o ministério afirma que o prazo poderá ser prorrogado, caso seja necessário para manter a ordem pública.
A ação de garimpeiros é registrada no local desde a década de 90, quando a área indígena foi invadida por aproximadamente oito mil garimpeiros em dez pontos de exploração ilegal de ouro.