Guedes diz que perda do salário mínimo ocorre por guerra e pandemia
Ministro afirma que perda de poder de compra se justifica por esses fatores; 'É desonestidade intelectual culpar o governo', diz
Brasília|Sarah Teófilo, do R7, em Brasília
O ministro da Economia, Paulo Guedes, atribuiu a perda do poder de compra do salário mínimo à pandemia da Covid-19 e à guerra na Ucrânia, iniciada no fim de fevereiro com sua invasão pela Rússia. Cálculos da corretora interdealer (entidade que atua como intermediadora entre duas ou mais partes) Tullett Prebon Brasil divulgados nesta segunda-feira (9) mostram que a desvalorização do salário mínimo durante o atual governo será de 1,7%.
"Fomos atingidos por essas duas guerras, uma da comida e energia [devido à guerra na Ucrânia] e a outra da crise sanitária. A verdade é que essa geração pagou pela guerra. Nós pagamos pela guerra. Nós fizemos sacrifício, ficamos sem aumento de salário, tivemos uma recuperação econômica forte. Não houve aumento de salário real porque durante uma guerra o normal é até perdas importantes, e nós estamos lutando para preservar pelo menos o salário mínimo, para preservar os empregos, para preservar a capacidade de investimento do país", disse Guedes durante lançamento da plataforma Monitor de Investimentos.
Os cálculos da corretora Tullett Prebon Brasil foram divulgados pelo jornal O Globo nesta segunda-feira (9). Em sua fala, Guedes destacou que o Brasil conseguiu fazer as reformas e está lentamente recuperando a capacidade de investimento. Ele afirmou que o mundo foi atingido por duas guerras: a pandemia e "outra guerra que aumentou os preços de comida e energia".
Houve uma "sensação de perda de poder de compra, de empobrecimento, que está acontecendo no mundo inteiro", segundo ele. "E por desonestidade intelectual [isso] está sendo atribuído ao governo. Quer dizer, o governo pega um país quebrado, uma pandemia, uma guerra que encarece comida e energia e ainda assim cresce", disse.