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R7 Brasília

Hacker da 'Vaza Jato' recebeu ao menos R$ 13,5 mil de assessores de Carla Zambelli, segundo PF

Agentes cumpriram mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada; Delgatti Neto foi preso nesta quarta

Brasília|Gabriela Coelho, do R7, em Brasília

Delgatti Neto e Zambelli são alvo da PF
Delgatti Neto e Zambelli são alvo da PF

A Polícia Federal informou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o hacker Walter Delgatti Neto, conhecido por ter dado origem à operação "Vaza Jato", teria recebido ao menos R$ 13,5 mil de assessores da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) nos meses anteriores e posteriores à invasão do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e à emissão dos mandados e alvarás falsos. O R7 teve acesso a um trecho do documento.

Mais cedo, a PF também cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados à deputada. Delgatti foi preso pela terceira vez por suspeita de ter invadido o site do CNJ e inserido documentos fraudados no Banco Nacional de Monitoramento de Prisões (BNMP), incluindo um falso mandado de prisão contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Segundo as informações enviadas pela PF ao STF, o hacker recebeu dois pagamentos: um, de R$ 10,5 mil, realizado pelo assessor Renan Goulart, e o outro, de R$ 3.000, transferido por Jean Guimarães Vilela.

A PF afirmou que nenhuma outra pessoa além de Delgatti e da deputada teve envolvimento na invasão do sistema do CNJ e que o hacker foi pago para ficar à disposição de Zambelli; os pagamentos foram feitos em outubro de 2022 e em janeiro de 2023, via Pix.


Operação

A operação 3FA tem o objetivo de esclarecer a atuação de indivíduos na invasão dos sistemas do CNJ e na inserção de documentos e alvarás de soltura falsos no BNMP.

As ações ocorrem no escopo de inquérito policial instaurado para apurar a invasão do sistema do CNJ, que tramitou na Justiça Federal, mas teve declínio de competência para o STF em razão do surgimento de indícios de possível envolvimento de pessoa com prerrogativa de foro.


Os crimes apurados ocorreram entre 4 e 6 de janeiro de 2023, quando teriam sido inseridos no sistema do CNJ e, possivelmente, de outros tribunais do Brasil 11 alvarás de soltura de indivíduos presos por motivos diversos e um mandado de prisão falso contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.

As inserções fraudulentas ocorreram após invasão criminosa dos sistemas em questão, com a utilização de credenciais falsas obtidas de forma ilícita. Os fatos investigados configuram, em tese, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

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