Haddad defende ‘reequilíbrio das contas’ para retomar grau de investimento do Brasil
Ministro da Fazenda comemorou aumento da nota da Moody’s, mas destacou que ‘há trabalho a ser feito’ nas despesas e nas receitas
Brasília|Rute Moraes, do R7, em Brasília
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, comemorou nesta terça-feira (1°) o aumento da nota de crédito soberano do Brasil de Ba2 para Ba1, pela agência de classificação de risco Moody’s. Agora o país ficou a um passo do grau de investimento pela agência.
Haddad, contudo, ponderou que a nota para enquadrar o Brasil no grau de investimento “não está dada” e que há “um trabalho a fazer” no reequilíbrio das contas. “Temos um trabalho a fazer, mas é uma possibilidade concreta”, disse o ministro a jornalistas.
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“Aquilo que parecia muito distante está à mão se continuarmos a fazer e não tivemos receio de tomar medidas necessárias para o reequilíbrio das contas”, continuou. “É esse reequilíbrio que vai produzir os melhores resultados para a economia brasileira. É o investimento que volta, emprego que continua, inflação que está controlada. O caminho está dado, temos ainda algumas milhas para atravessar, mas está claro o trabalho que tem que ser feito e a direção estabelecida.”
Conforme Haddad, há “um trabalho a ser feito” no âmbito das despesas e das receitas, que podem reequilibrar as contas, baixar a taxa de juros e conseguir o grau de investimento.
O ministro defendeu ainda um crescimento do Brasil com a inflação controlada. “Isso permite fazer reajuste fiscal sem penalizar a população mais pobre”, explicou.
A nota soberana é uma avaliação da capacidade de um país de pagar as próprias dívidas, sendo baseada em diversos fatores, como o crescimento econômico, o comércio exterior e a arrecadação de impostos.
A revisão da agência acontece alguns meses depois de ter atribuído perspectiva positiva ao Brasil, em maio de 2024, o que endossa a tendência de melhora nas notas crédito do Brasil.
Moody’s aumenta nota de crédito do Brasil
Em comunicado mais cedo, a Moody’s mencionou que o aumento da nota ocorreu em virtude do “desempenho robusto do crescimento do PIB e o histórico recente de reformas econômicas e fiscais”. A agência chamou atenção à importância do compromisso com as metas fiscais e com estabilização do PIB.
A agência mencionou ainda a reforma tributária , alegando que vai aprimorar o ambiente de negócios do Brasil e a alocação dos recursos, além de aumentar o potencial de crescimento a longo prazo. A Moody’s ainda alegou que a agenda de transição energética do Poder Executivo atrai investimentos privados e reduz a vulnerabilidade do país a choques climáticos.
A agência também informou esperar melhora gradual nos resultados primários do governo alinhadas às metas fiscais para os próximos anos.