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Haddad diz que Lula acabou com fome, mas 12 milhões não tinham comida no 2º governo petista

Ministro disse que não havia fome no país entre 2003 e 2010; dados mostram que 6,6% da população passava fome em 2009

Brasília|Do R7

Fernando Haddad, ministro da Fazenda
Fernando Haddad, ministro da Fazenda Fernando Haddad, ministro da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quarta-feira (15) que o Bolsa Família acabou com a fome no Brasil entre os anos de 2003 e 2010, mas números da insegurança alimentar no país revelam outro cenário. Em 2009, no fim do segundo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 12,8 milhões de pessoas não tinham o que comer no país.

“Nós, com meio por cento do PIB, acabamos com a fome [no Brasil] entre 2003 e 2010. Acabou”, afirmou o ministro. “Ninguém mais ouvia falar. Você não via criança na sinaleira, no sinal de trânsito. Não tinha mais”, completou Haddad durante participação em painel do BTG Pactual.

O Bolsa Família foi criado em outubro de 2003 como um programa de transferência de renda voltado a famílias em situação de pobreza e extrema pobreza, mas, mesmo com a criação do programa e com a redução do número de pessoas com fome, a insegurança alimentar não foi erradicada nos anos destacados por Haddad.

Segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) feita em 2004, 9,5% da população estava em situação de insegurança alimentar grave no segundo ano do governo Lula. Considerando a população estimada na época (184,7 milhões), cerca de 17 milhões de pessoas não tinham o que comer em casa.

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O estudo da PNAD define a falta de disponibilidade e o acesso das pessoas aos alimentos em três níveis: leve, moderada e grave:

Insegurança alimentar leve — Quando há incerteza sobre a capacidade de conseguir se alimentar. 

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Insegurança alimentar moderada — Quando há comprometimento da qualidade e variedade dos alimentos, quando a quantidade de alimentos é reduzida de forma drástica ou quando determinadas refeições não são realizadas todos os dias.

Insegurança alimentar grave — Quando as pessoas não se alimentam durante um dia inteiro ou mais.

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Em 2004, por exemplo, a maior parte das pessoas em situação de insegurança alimentar nesse ano estava na zona roral e vivia na região Nordeste. Do total da população brasileira, 13% estava em situação de insegurança alimentar leve e 12% em situação de insegurança alimentar moderada. Ao todo, 64,8% da população tinha acesso a alimentos seguros e nutritivos em quantidade suficiente.

Cinco anos depois, já no segundo governo do presidente Lula, em 2009, 12,8 milhões de pessoas ainda estavam em situação de insegurança alimentar grave. Nesse ano, a Pnad constatou que 6,6% da população brasileira passava fome. Além disso, a insegurança alimentar leve cresceu em 2009, atingindo 15,8% das pessoas, ou seja, cerca de 30 milhões de brasileiros tinham receio de passar fome em um futuro próximo.

Na série histórica, é possível ver que há uma queda nos níveis de insegurança alimentar entre os anos de 2004 e 2013. Os números voltam a subir a partir de 2018, com alta expressiva em 2020, no primeiro ano da pandemia de Covid-19. 

Em 2021 e 2022, segundo dados do Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia (Vigisan), realizado pela Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, 15,5% da população está em situação de insegurança alimentar grave.

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