A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) disse, nesta sexta-feira (11), que o caso de pacientes transplantados contaminados com HIV é “grave” e que “continuará acompanhando e atuando tempestivamente no que for necessário”. O laboratório de Patologia Clínica Dr. Saleme, responsável pela testagem dos órgãos, foi interditado pela vigilância local com orientação técnica da Anvisa.Na nota, a Anvisa ainda diz que a prioridade foi monitorar os receptores dos órgãos transplantados e determinar a realização de novos exames pré-transplante no Hemorio (Instituto Estadual de Hematologia). O laboratório particular tinha sido contratado em dezembro do ano passado de forma emergencial.“As investigações estão em andamento, envolvendo autoridades estaduais e municipais do Rio de Janeiro, incluindo as Vigilâncias Sanitárias, o Ministério da Saúde e a Anvisa. Essas instituições estão trabalhando em conjunto para elucidar a situação em prol da segurança dos transplantes. Todos os requisitos técnicos correlacionados devem ser rigorosamente cumpridos em cada fase, visando à saúde dos pacientes e ao bem-estar coletivo", disse a agência.Nesta sexta, o Ministério da Saúde anunciou uma auditoria no sistema de transplantes do Rio de Janeiro pelo Denasus (Departamento Nacional de Auditoria do Sistema Único de Saúde).Seis pessoas testaram positivo para o vírus HIV após terem recebido órgãos de dois doadores no Rio de Janeiro. O caso foi descoberto depois que um dos pacientes teria passado a apresentar sintomas neurológicos. Ao procurar auxílio médico, fez exame de sangue e ficou constatada a infecção pelo vírus.Com isso, foram pesquisados os quadros de outras pessoas que receberam órgãos do mesmo doador. Posteriormente, exames feitos em pacientes que receberam órgãos de outro doador também indicaram a contaminação por HIV após os transplantes.“Esta é uma situação sem precedentes. O serviço de transplantes no estado do Rio de Janeiro sempre realizou um trabalho de excelência e, desde 2006, salvou as vidas de mais de 16 mil pessoas”, disse a Secretaria de Saúde fluminense.