Ida de Lula à Ucrânia pode mudar a percepção sobre a guerra, diz embaixada
Em coletiva, o encarregado de negócios da Ucrânia, Anatoliy Tkach, disse que visitas internacionais são bem vistas diante do cenário
Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília
O encarregado de negócios da Embaixada da Ucrânia no Brasil, Anatoliy Tkach, afirmou nesta sexta-feira (24) que uma eventual ida do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao país poderia dar ao mundo uma "melhor percepção" sobre o que está acontecendo. Segundo ele, as visitas internacionais são bem vistas diante do cenário de guerra vivido pelo país.
Tkach ressaltou que a Ucrânia e o Brasil trabalham para agendar uma conversa entre os dois presidentes. Nas redes sociais, Lula defendeu a negociação entre a comunidade internacional para cessar o conflito com a Rússia. "É urgente que um grupo de países não envolvidos no conflito assuma a responsabilidade de encaminhar uma negociação para restabelecer a paz", comentou.
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Nesta quinta-feira (23), o Brasil votou a favor da retirada imediata das tropas russas da Ucrânia. A resolução da Assembleia-Geral da ONU contou com 141 votos a favor da medida, sete contra e 32 abstenções. De acordo com Tkach, a votação foi uma das mais importantes do ano.
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1 ano de guerra
Após um ano de conflito, a Ucrânia calcula perdas estimadas em U$ 130 milhões. Nesta sexta-feira (24), o embaixador da Polônia no Brasil, Jakub Tadeusz Skiba, afirmou que a ONU estima que 18 mil pessoas tenham sido mortas, entre elas 7.000 civis e 500 crianças.
A embaixada da Ucrânia informou que, desde o início da guerra, mais de 60 mil prédios residenciais foram destruídos e houve 3.500 ataques aéreos por parte do governo russo. Dados da Agência da ONU para Refugiados (Acnur) mostram que o número de refugiados ucranianos que chegaram à Europa ultrapassa 8 milhões de pessoas.
Apesar dos números, a Ucrânia se diz confiante em vencer a guerra. Segundo o encarregado, o país vai continuar lutando pela paz “pelo tempo que for necessário". Anatoliy Tkach ainda fez um apelo para que os países participem da implantação de um plano de paz.