Imprensa internacional repercute prisão de suspeitos de mandar matar Marielle Franco
Veículos publicaram reportagens sobre prisão dos irmãos Brazão e lembraram envolvimento da dupla em crimes no passado
Brasília|Do R7, em Brasília
A imprensa internacional repercutiu a operação da Polícia Federal que prendeu o trio suspeito de planejar e mandar matar a vereadora Marielle Franco e o motorista dela, Anderson Gomes. Foram presos o deputado federal Chiquinho Brazão (União-RJ), o irmão dele Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do estado do Rio de Janeiro, e o ex-chefe de Polícia Civil do Rio Rivaldo Barbosa.
O jornal americano The New York Times destacou o caso como o “mais notório mistério de assassinato do Rio de Janeiro”. "'Quem matou Marielle Franco?' Essa tem sido a questão que assombra o Rio de Janeiro nos últimos seis anos, desde que um homem armado assassinou a vereadora negra, gay e feminista que lutava contra a corrupção arraigada e as gangues poderosas da cidade", diz a reportagem.
O texto afirma que os irmãos Brazão negaram qualquer envolvimento com o crime organizado e lembra que durante a década de 1980 os dois eram conhecidos no Rio de Janeiro como "Irmãos Metralha", em referência aos vilões de desenhos animados.
O jornal britânico The Guardian falou sobre as prisões e relembrou que a pergunta “Quem mandou matar Marielle?” tornou-se um grito de guerra em protestos e nas redes sociais, mas que ficou sem resposta durante anos.
"A operação – batizada de Murder, Inc – foi lançada na madrugada de domingo e ocorreu pouco mais de seis anos depois que o assassinato de Franco e seu motorista, Anderson Gomes, causou protestos internacionais", escreveu o jornal britânico.
O veículo espanhol El País classificou a morte da vereadora como o assassinato político mais relevante do Brasil nos últimos tempos e lembrou que as prisões ocorreram 2.002 dias depois do crime. A reportagem cita que os irmãos Brazão são "dois chefes políticos obscuros e poderosos do Rio de Janeiro".