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Indígenas Munduruku bloqueiam entrada da COP30 em protesto e cobram reunião com Lula

Com o ato, a segurança no local foi reforçada; acesso foi liberado por volta das 9h40

Brasília|Giovana Cardoso, do R7, em Brasília

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LEIA AQUI O RESUMO DA NOTÍCIA

  • Indígenas Munduruku realizaram um protesto em frente à Blue Zone da COP30, em Belém.
  • O ato pediu uma reunião com o presidente Lula e criticou projetos do governo sem consulta prévia às comunidades indígenas.
  • A segurança no local foi reforçada com a presença de militares para evitar invasões.
  • Este foi um dos vários protestos durante a COP30, destacando a insatisfação com a exploração de recursos na Amazônia.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Protestos começaram por volta das 5h Reprodução/ X @edking_I

Um grupo de indígenas da etnia Munduruku realizaram um protesto em frente à Blue Zone da COP30 (30ª Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas), em Belém. O ato, organizado pelo Movimento Munduruku Ipereg Ayu, começou por volta das 5h e pedia uma reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Na ocasião, os indígenas chegaram a formar um cordão próximo à entrada do complexo, bloqueando acessos, o que dificultou a entrada de trabalhadores. O acesso foi liberado por volta das 9h40.


A Blue Zone é uma espécie de grande tenda. É uma estrutura temporária, tipicamente usada em feiras e congressos, onde ocorrem as negociações da COP. O acesso para chegar ao local é fechado para carros. É preciso caminhar cerca de 10 minutos até a entrada.

Além do pedido por uma reunião com o petista, o grupo criticou projetos do governo, que, segundo eles, permitem o avanço de programas sem consulta prévia às comunidades indígenas e os possíveis impactos. Entre eles, a construção de hidrovias e portos privados, além de projetos de crédito de carbono e agronegócio.


Em nota, o movimento afirmou que os projetos ameaçam não só os Munduruku, grupo que vive na região do Vale do Tapajós, mas todos os povos das bacias dos rios Tapajós e Xingu — que não estão sendo consultados previamente, como determina a Convenção 169 da OIT (Organização Internacional do Trabalho).

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Lideranças chegaram a afirmar, ainda, que a ideia da manifestação é chamar atenção do presidente para que eles possam participar das conversas.


“Tudo isso acontece sem o Estado nos ouvir. Querem destruir o fundo do rio, querem explodir nossos pedrais sagrados, querem lotar o Tapajós de barcaças para levar soja para fora do Brasil. Quem mora aqui somos nós, não as empresas”, disse uma liderança Munduruku.

Com o ato, a segurança no local foi reforçada e militares foram posicionados nos portões da Blue Zone a fim de impedir possíveis tentativas de invasão.


A ONU chegou a emitir um comunicado sobre o protesto, informando não haver risco e direcionando os funcionários e comitivas a entrarem por outra entrada.

Outros protestos

Este não é o primeiro protesto realizado na convenção. Na terça-feira (11), um protesto com participação de ativistas na COP30 deixou ao menos dois seguranças feridos.

Os manifestantes chegaram ao local que abriga a conferência brandindo cassetetes e tentaram forçar a entrada no espaço. O grupo levou cartazes e bandeiras para protestar contra exploração de petróleo na Amazônia.

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, chegou a afirmar que não representa o movimento indígena “desorganizado”.

“Nós falamos aqui pelo movimento organizado. Quem está desorganizado, a gente não representa, infelizmente”, declarou a ministra a jornalistas, durante breve marcha pelos corredores da COP30.

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