INSS passa a usar inteligência artificial para detectar fraudes em pedidos de auxílio-doença
O novo sistema, desenvolvido pela Dataprev, vai identificar e impedir tentativas de golpe por meio da plataforma Atestmed
Brasília|Laísa Lopes, do R7, em Brasília
O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) começou a usar nesta segunda-feira (15) inteligência artificial para identificar atestados médicos fraudulentos enviados pela internet para dar entrada no benefício por incapacidade temporária, o antigo auxílio-doença.
De acordo com o instituto, o sistema estará em fase de testes por cerca de 30 dias.
O novo sistema, desenvolvido pela Dataprev, vai identificar e impedir fraudes ou golpes por meio do Atestmed, plataforma online que substitui o atendimento médico-pericial para análise de documentação nos casos de benefício de até 180 dias.
A inteligência artificial vai cruzar dados como nome e assinatura do médico no atestado, número da inscrição no Conselho Regional de Medicina (CRM) e especialidade do profissional. Além disso, o sistema vai identificar se o atestado apresentado é, de fato, do local onde o médico trabalha, bem como, o identificar o IP do computador do qual é enviado o arquivo.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
De acordo com o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, o sistema atual manual tem identificado fraudes nos atestados médicos, mas o instituto pretende utilizar as ferramentas tecnológicas existentes no mercado. “O INSS 'não está inventando a roda', o Atestmed existe desde o governo passado. Com a inteligência artificial podemos identificar padrões, grafias, cruzar dados de profissionais com o CNIS [Cadastro Nacional de Informações Sociais] para saber se eles realmente trabalham no local indicado no atestado e, dessa forma, fazer o controle dos atestados", explicou.
Atualmente, a Polícia Federal investiga uma tentativa de fraude na qual atestados médicos emitidos em São Paulo apresentaram quatro padrões de letras diferentes e o mesmo carimbo. Foi descoberto que a médica não trabalhava no hospital descrito no atestado e não sabia que os dados estavam sendo utilizados em fraudes de benefício por incapacidade temporária.
Segundo o INSS, para dar entrada no pedido de benefício por incapacidade temporária o segurado precisa ter 12 contribuições previdenciárias realizadas antes do mês do afastamento e apresentar o atestado médico que comprove a necessidade de afastamento do trabalho por mais de 15 dias. O prazo máximo são 180 dias.