Investigada pela PF por suposta venda ilegal de joias da Presidência, Michelle diz que vai lançar 'Mijoias'
Ex-primeira-dama afirmou que o caso está 'desviando o foco da CPI', mas disse que vai 'fazer uma limonada docinha desse limão'
Brasília|Giselle Santos, do R7, em Brasília
A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, alvo de investigação da Polícia Federal (PF) pelo suposto desvio e venda ilegal de joias presenteadas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por autoridades estrangeiras, afirmou neste sábado (26) que vai "fazer uma limonada docinha desse limão" e anunciou o lançamento de uma nova linha de produtos: a "Mijoias". A declaração foi feita durante um evento do Partido Liberal (PL), em Pernambuco.
"Tem um povo tão atrapalhado, se fosse lá em Brasília eu ia falar um povo 'tapado', que fica assim 'cadê as joias? Você não vai entregar?'. Querida, a joias estão na Caixa Econômica Federal. Mas vocês pediram tanto, vocês falaram tanto de joias que em breve nós teremos lançamento, 'Mijoias' para vocês", disse a esposa de Jair Bolsonaro.
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A ex-primeira-dama afirmou que o inquérito das joias está "desviando o foco da CPI" do 8 de Janeiro, que apura os atos extremistas que culminaram na depredação das sedes dos Três Poderes, em Brasília. Michelle disse ainda ser vítima de perseguição e "violência política", mas alegou que vai "fazer uma limonada docinha desse limão".
Em novo desdobramento no caso das joias, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes proibiu o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro, de se comunicar com o ex-presidente e a ex-primeira-dama, além de outros investigados.
Na última semana, o ministro também autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal de Michelle e Jair Bolsonaro. A ex-primeira-dama criticou a decisão. "Pra quê quebrar meu sigilo bancário e fiscal? Bastava me pedir. Quem não deve não teme", afirmou, nas redes sociais.
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O relatório de investigação mostra que pode haver relação direta de Jair Bolsonaro e Michelle com o caso das joias, embora eles não sejam alvo dessa operação da PF. Entre os indícios encontrados estão o uso de avião público para transportar bens a serem vendidos nos Estados Unidos e as mensagens que organizam a entrega "em mãos" de US$ 25 mil ao ex-presidente da República.
A Polícia Federal revelou ainda que Michelle esqueceu joias na embaixada do Brasil em Londres, durante uma viagem para participar do funeral da rainha Elizabeth 2ª, em setembro de 2022. Segundo uma troca de emails de ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, os itens, que estavam dentro de uma caixa de papelão, foram encontrados embaixo da cama onde ela e o ex-presidente Jair Bolsonaro ficaram hospedados. A assessoria de Michelle negou que os objetos pertenciam a ela.