Isenção do IR deve injetar R$ 30 bi na economia, afirma Haddad à RECORD
Ministro da Fazenda explicou cálculo e sugeriu como ‘gastar a folga financeira’
Em entrevista à RECORD, neste sábado (29) o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, detalhou como o governo pretende financiar a ampliação da faixa de isenção do IRPF (Imposto de Renda da Pessoa Física). Segundo ele, a compensação virá da tributação de grandes rendas hoje isentas, em especial dividendos recebidos por acionistas com ganhos mais elevados.
Haddad explicou que todas as rendas atualmente isentas entram no cômputo para a nova taxação. Ele citou como exemplo os acionistas de companhias abertas. De acordo com o ministro, nada muda para o investidor de pequeno porte:
“Se você é um pequeno acionista e tem um rendimento de R$ 5 mil, R$ 10 mil, R$ 15 mil por mês em dividendos, esse valor vai continuar isento. Mas, se você tem um rendimento de dividendo superior a R$ 50 mil por mês, você começa com uma pequena margem de tributação.”
O ministro afirmou ainda que a medida pode injetar cerca de R$ 30 bilhões na economia, o que, segundo ele, tende a gerar impacto em crescimento e bem-estar:
“Eu não tenho dúvida de que o bem-estar melhora. É um projeto que está no caminho certo para melhorar a distribuição de renda no Brasil, com justiça tributária”.
Haddad disse que, em alguns casos, o efeito prático para o trabalhador pode equivaler a “cerca de um quarto de salário” a mais no orçamento mensal, dependendo da faixa de renda.
Questionado sobre o que recomenda aos brasileiros que terão essa folga no orçamento a partir de janeiro, o ministro sugeriu cautela e planejamento financeiro:
“Pensar bem no que fazer: se é pagar uma dívida, se é eventualmente fazer uma dívida por alguma coisa imprescindível de que a pessoa precise. Eu acredito que as pessoas vão ter um tempo até janeiro para estudar direitinho o que fazer”, finalizou.
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