John Kerry se reúne com Alckmin e Marina Silva no Itamaraty
Mudança climática e combate ao desmatamento estão na pauta do encontro do enviado dos EUA com o vice-presidente e a ministra
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O enviado especial dos Estados Unidos para o Clima, John Kerry, se reúne na manhã desta segunda-feira (27) com o vice-presidente brasileiro, Geraldo Alckmin, com a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, a ministra substituta do Itamaraty, Maria Laura da Rocha, e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
O encontro ocorre no Ministério das Relações Exteriores. Entre os temas na pauta estão a mudança climática e o combate ao desmatamento. O enviado da Casa Branca veio ao Brasil para agendas com integrantes do primeiro escalão do governo federal, parlamentares e representantes da sociedade civil.
Após o encontro, está programada uma reunião ampliada, com a presença de outros membros do governo brasileiro. Os compromissos de Kerry no país ainda incluem um almoço e um jantar, a ser realizado ainda nesta segunda, na Embaixada dos Estados Unidos, em Brasília.
Kerry fica na capital federal até terça-feira (28), quando se encontrará outra vez com Marina Silva e com a ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara.
A reportagem do R7 apurou que a intenção da visita de John Kerry é estreitar o diálogo e a colaboração entre Brasil e Estados Unidos na agenda climática, que, além do meio ambiente, diz respeito a energia, agricultura, indústria e comércio.
Nos encontros, o enviado dos Estados Unidos ainda vai discutir a convocação de reunião do Grupo de Trabalho de Alto Nível Brasil-EUA sobre Mudança do Clima (GTMC) e a cooperação entre o Brasil e os EUA, no âmbito da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC) e do Acordo de Paris.
Fundo Amazônia
A visita de Kerry ao Brasil ocorre no contexto da intenção dos Estados Unidos de compor o Fundo Amazônia, cujo objetivo é financiar projetos de redução do desmatamento e fiscalização do bioma. O comunicado foi assinado durante a viagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Washington DC, em 10 de fevereiro.
Na ocasião, os Estados Unidos anunciaram a intenção de ajudar com o fundo, mas não informaram valores que devem ser disponibilizados. De todo modo, o comunicado frisa que ambos os presidentes “estão determinados a conferir urgente prioridade à crise climática, ao desenvolvimento sustentável e à transição energética”.
O fundo estava paralisado desde 2019, com mais de R$ 3 bilhões em caixa. A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tem articulado para atrair investimentos de outros países. Um deles é a Alemanha, que prometeu investimentos de R$ 35 milhões de euros.
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O desmatamento na Amazônia bateu novo recorde em 2022, ano em que a cobertura vegetal da floresta perdeu 10.573 km², o equivalente a quase três mil campos de futebol, segundo relatório divulgado pelo Imazon. De acordo com monitoramento feito via satélite, o desmatamento atingiu, no ano passado, o maior patamar desde 2008, quando o instituto começou a monitorar a região.