STF: veja como foi o 1º dia de julgamento do ‘núcleo da desinformação’
Ministros julgam sete réus acusados de disseminar desinformação e atacar instituições; sessão será retomada na próxima semana
Brasília|Rafaela Soares e Bruna Lima, do R7, em Brasília
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A Primeira Turma do STF (Supremo Tribunal Federal) começou a julgar nesta terça-feira (14) o chamado núcleo 4 da trama golpista, grupo acusado de disseminar notícias falsas e atacar instituições públicas.
Estava prevista uma nova sessão de julgamento para esta quarta-feira (15), mas o caso só será retomado em 21 de outubro, segundo anunciou o presidente da Turma, ministro Flávio Dino.
O procurador-geral da República, Paulo Gonet, detalhou a atuação dos réus e reforçou que o grupo contribuiu para a desestabilização social e política que culminou nos eventos de 8 de janeiro de 2023.
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Segundo Gonet, os investigados formaram uma central de desinformação, utilizando recursos da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar adversários políticos e produzir narrativas falsas.
“Por meio da contribuição desse núcleo de acusados, a organização criminosa elaborou e disseminou narrativas contra o processo eleitoral, dando impulso à instabilidade social e à ruptura institucional”, afirmou o chefe da PGR.
‘Ferramenta de ataque político’
Gonet ressaltou ainda que o grupo teria usado a estrutura da Abin para obter informações sobre autoridades e opositores, transformando a agência em uma ferramenta de ataque político.
“Esse desvirtuamento se traduzia na implementação de ações com viés político. O núcleo atuava como central de contrainteligência da organização criminosa, tratando de angariar dados de adversários por meio de recursos e ferramentas oficiais”, disse.
O procurador destacou que os elementos reunidos nas petições “não deixam dúvida sobre a instalação de uma estrutura paralela da Abin”.
Segundo ele, a intenção das buscas e do monitoramento era produzir material para atacar adversários, multiplicando e circulando informações falsas em larga escala.
Calendário do julgamento
O julgamento é presencial, com sessões reservadas em três datas.
- Dias 14 e 21: Sessões pela manhã (9h às 12h) e à tarde (14h às 19h).
- Dia 22: Sessão apenas pela manhã (9h às 12h).
A primeira parte do julgamento incluiu a leitura do relatório pelo ministro Alexandre de Moraes, que resumiu o caso e reforçou que os réus propagaram sistematicamente notícias falsas sobre o processo eleitoral e realizaram ataques virtuais a instituições e autoridades.
Após a manifestação da PGR, as defesas tiveram espaço para suas sustentações orais.
- Gustavo Zortea, representante de Ailton Moraes Barros, pediu absolvição por falta de provas;
- Zoser Plata, defensor de Ângelo Denicoli, argumentou inexistir vínculo do réu com os fatos;
- Melilo Dinis, atuando por Carlos Moretzsohn Rocha, criticou a acusação por ser genérica e sem base concreta;
- Juliana Malafaia, advogada de Giancarlo Rodrigues, afirmou que o réu usou ferramentas da Abin de forma regular, desconhecendo os demais envolvidos e sem instruções golpistas;
- Leonardo Coelho, defensor de Guilherme Almeida, afirmou que o militar apenas repassou mensagens em listas de transmissão de colegas, sem produzir conteúdo, e que provas da PF enfraquecem a tese de disseminação em massa;
- A defesa de Marcelo Bormevet destacou que o policial federal deixou a Abin no fim de 2022, antes dos ataques, e não integrou a segurança de Jair Bolsonaro.
Moraes apresentará seu voto na próxima sessão, seguido por Cristiano Zanin, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Flávio Dino, presidente da Turma. A decisão será tomada por maioria simples.
Os réus do núcleo 4 são: Ailton Moraes Barros, Ângelo Denicoli, Carlos Cesar Moretzsohn Rocha, Giancarlo Rodrigues, Guilherme Almeida, Marcelo Bormevet e Reginaldo Abreu.
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