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Legalização de cassinos, bingos e jogo do bicho avança no Senado

Proposta foi aprovada na CCJ do Senado e agora será analisada no plenário da Casa; votação na comissão foi apertada

Brasília|Hellen Leite, do R7, em Brasília

Proposta que legaliza cassinos avança no Senado Leonardo Sá / Agência Senado

O projeto de lei que autoriza o funcionamento de cassinos e bingos e legaliza o jogo do bicho avançou no Senado nesta quarta-feira (19). A proposta foi aprovada pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) em votação apertada, 14 votos favoráveis e 12 contrários, e agora será enviada para a análise do plenário da Casa. Em linhas gerais, o texto permite a instalação de cassinos em polos turísticos ou em complexos integrados de lazer, como hotéis de alto padrão, restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. A proposta, que tramita no Congresso desde 1991 e está em discussão no Senado desde 2022, chegou a ter a votação adiada na comissão devido à falta de consenso entre os senadores.

Conforme o projeto, cassinos poderão ser instalados em hotéis de alto padrão com pelo menos 100 quartos, além de restaurantes, bares e locais para reuniões e eventos culturais. Haverá um limite de um cassino por estado e no Distrito Federal, com exceção de São Paulo (até três cassinos), e Minas Gerais, Rio de Janeiro, Amazonas e Pará (até dois cada um) devido à população e território.

Cassinos também poderão ser instalados em embarcações marítimas (até dez no país) e navios fluviais com pelo menos 50 quartos. Os limites para rios são: um cassino em rios de 1.500 a 2.500 km, dois em rios de 2.500 a 3.500 km e três em rios com mais de 3.500 km. Embarcações com cassinos não poderão ficar ancoradas por mais de 30 dias em uma mesma localidade.

Para funcionar, cada cassino — definido como local de jogos de chance ou habilidade com apostas em roletas, cartas, dados ou máquinas de jogos — precisará comprovar capital social mínimo de R$ 100 milhões. O credenciamento será válido por 30 anos, renováveis por igual período.

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Caio de Souza Loureiro, advogado especialista em direito regulatório, argumenta que a proposta, ao permitir a exploração de diversas modalidades de jogos, incluindo cassinos, alinha o Brasil a vários países que já legalizaram essas práticas. Segundo o advogado, a legislação atual, de 1946, não acompanha os avanços institucionais no monitoramento e fiscalização de jogos em escala global.

“Hoje, empresas globais, com rígidas políticas de segurança e compliance - algumas delas listadas em bolsas - possuem operações em diversos países, com geração de emprego e pagamento de tributos. O Brasil, até então, está excluído desse cenário, sofrendo as consequências da falta de regulamentação”, explica.

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Jun Makuta, advogado especialista em direito regulatório, aponta que em outros países há exemplos de flexibilização de preceitos religiosos que inicialmente proíbem o desenvolvimento de jogos.

“Um ótimo exemplo são os Emirados Árabes Unidos que, em que pese serem regidos por uma rígida lei islâmica que considera o jogo um pecado, optaram pelo pragmatismo econômico e financeiro e recentemente abriram mão do proibicionismo puro e simples para permitirem a construção do primeiro casino físico em território árabe, que tem previsão de começar a operar em menos de 2 anos com a bandeira do grupo Wynn em uma ilha especialmente construída para abrigar um casino-resort”, afirma.

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