Lewandowski viaja a Mossoró para se reunir com forças que atuam na busca por fugitivos
Eles foram os primeiros detentos a escapar de um presídio federal na história; buscam completam um mês nesta quinta-feira
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, viaja nesta quarta-feira (13) para Mossoró (RN) para acompanhar a operação que procura os dois presos que fugiram da penitenciária federal da cidade. As buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogerio da Silva Mendonça completam um mês nesta quinta-feira (14).
Lewandowski tem uma reunião com os integrantes da força-tarefa formada para capturar os presos. Ao menos 500 agentes participam do grupo. Depois, o ministro participa de uma coletiva de imprensa, prevista para 14h30, sobre o tema. Não é a primeira vez que o titular viaja para o estado para tratar do assunto — a primeira ida ocorreu em 18 de fevereiro. Na ocasião, ele afirmou que a fuga "não afeta, em hipótese nenhuma, a segurança das cinco unidades prisionais federais".
Os dois fugitivos são suspeitos de ter ligações com a facção Comando Vermelho, no Acre, estado em que o grupo domina as operações criminosas e onde a dupla estava presa até setembro do ano passado. Eles já foram vistos em diversas ocasiões desde a fuga.
A penitenciária de Mossoró tem quatro agentes de execução penal para cada preso, em média. De acordo com o Painel Estatístico de Pessoal do governo federal e da Senappen (Secretaria Nacional de Políticas Penais), o país tem 1.493 servidores do tipo ativos, dos quais 249 (16,7%) estão lotados em Mossoró.
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Veja a seguir a cronologia das buscas pelos fugitivos de Mossoró:
• 16/2
Moradores disseram ter visto a dupla em diversas ocasiões. Dois dias após a fuga, Deibson e Rogerio teriam feito uma família refém, na zona rural de Mossoró. Neste dia, a polícia também encontrou pegadas, calçados, roupas, lençóis e uma corda, além de uma camiseta do uniforme da penitenciária, em uma área de mata.
• 22/2
Três pessoas foram presas em flagrante por supostamente terem facilitado a fuga dos detentos.
• 26/2
Um homem identificado como Ronaildo da Silva Fernandes foi preso por suspeita de ajudar os fugitivos. Ele é dono de um sítio em Baraúna, município na zona rural do RN que fica na divisa com o Ceará, e teria recebido R$ 5 mil para abrigar Deibson e Rogerio por oito dias.
• 27/2
Os fugitivos foram vistos em um vilarejo no Rio Grande do Norte. Segundo informações obtidas pela RECORD, os moradores do local reconheceram Deibson e Rogerio, que voltaram para a mata antes da chegada da polícia.
• 1º/3
Durante a madrugada, a Polícia Federal acionou helicópteros, drones, equipamentos que captam calor humano e cachorros farejadores, que sentiram o cheiro dos fugitivos e percorreram 600 metros, mas sem êxito. Àquele momento, as autoridades acreditavam que os foragidos estavam perdidos e sem ajuda, já que os rastros indicavam que estavam voltando para o estado, em vez de tentar fugir.
• 3/3
Forças de segurança cercaram uma fazenda em Baraúna, após moradores da região relatarem ter visto os foragidos durante a madrugada. Os dois teriam invadido uma propriedade rural e agredido um agricultor. De acordo com policiais que participam das buscas, os detentos roubaram outros moradores.
O que acontece se forem capturados?
Caso sejam capturados, os fugitivos devem responder pelo crime de fuga, considerada uma falta disciplinar. Pelo ineditismo do ocorrido, sendo o primeiro caso registrado em um presídio de segurança máxima no Brasil, ainda não é conhecida a punição casos eles sejam pegos. Quando presos de regime semiaberto são capturados, por exemplo, eles retornam a um presídio de regime fechado.