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R7 Brasília

Lojas de celulares de Brasília suspeitas de contrabandear 500 mil celulares são alvos da PF

Investigação mira entrada ilegal de celulares no Brasil a partir do Paraguai; mandados são cumpridos em seis estados e no DF

Brasília|Natália Martins, da RECORD

PF contou com a parceria da Receita Federal Divulgação/Polícia Federal

A Polícia Federal e a Receita Federal cumprem na manhã desta quarta-feira (10) 46 mandados de busca e apreensão contra 51 pessoas suspeitas de fazer parte de uma associação criminosa acusada que teria contrabandeado ao menos 500 mil celulares nos últimos cinco anos. Os empresários de Brasília Ivan Bernardes Vivas e Thiago Borges Bernardes, pai e filho, são os principais alvos da operação. Além deles, Mauro Matos e Leandro Souza, donos de lojas de celulares em shoppings e em uma feira da capital federal, foram alvos de buscas. A investigação apontou que o dinheiro era lavado em empresas de fachada. A Justiça também autorizou o bloqueio de bens, imóveis e contas bancárias dos principais alvos no valor de R$ 300 milhões. O R7 tenta contato com os citados, e o espaço permanece aberto.

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Cerca de 250 policiais federais e 100 servidores da Receita Federal participaram da ação. Os mandados foram cumpridos em São Paulo, Paraná, Goiás, Santa Catarina, Maranhão, Rio Grande do Norte e no Distrito Federal.

Os mandados foram expedidos pelo Juízo da 12ª Vara Federal do Distrito Federal, que também determinou medidas cautelares diversas da prisão em desfavor dos principais investigados, tais como proibição de se ausentar do país, com a entrega dos passaportes em 24 horas, proibição de se ausentar do município de domicílio, comparecimento mensal ao Juízo Federal para informar suas atividades e proibição de manterem contato uns com os outros.

Em Brasília, pelo menos três grandes shoppings tiveram que abrir as portas mais cedo para a polícia. Quatro lojas na Feira dos Importados também estão na lista de alvos. Os policiais chegaram cedo ao complexo de compras, com 14 viaturas.


As investigações tiveram início após a Polícia Federal apreender um carregamento com R$ 4 milhões em celulares de última geração em um aeródromo particular em São Sebastião, no DF, em fevereiro de 2022. Além dos celulares, os policiais federais apreenderam um carro e um avião monomotor. O piloto da aeronave foi preso em flagrante.

Cerca de 400 celulares, um carro e um avião monomotor foram apreendidos Divulgação/Polícia Federal

Como funciona o esquema

De acordo com a investigação, o esquema começa no envio de dinheiro para o Paraguai a partir de doleiros. Eles declaram falsos lucros a partir de empresas de fachada, que não têm nenhum funcionário. A PF mapeou a movimentação bruta de mais de R$ 1 bilhão desde 2022.


Os crimes investigados são os de associação criminosa, com pena de até três anos de prisão; descaminho, com pena de um a quatro anos de reclusão; e lavagem de dinheiro, que pode gerar até 10 anos de prisão.

O que dizem as defesas

Por meio de nota, a Feira dos Importados informou que a diretoria acompanhou a ação dos policiais e reiterou o compromisso de sempre colaborar com atuações.

“A diretoria da Feira dos Importados de Brasília (FIB) acompanhou o cumprimento do mandado de busca e apreensão feito pela Polícia e Receita Federal, na manhã desta quarta-feira (10), que teve duas lojas alugadas na FIB como um dos pontos da ação policial. A cooperativa reitera seu compromisso de sempre colaborar com atuações que visem à melhoria de suas atividades e do bem-estar da sociedade. A ação já foi encerrada e a Feira está aberta normalmente.”

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