Lula critica sanções à Venezuela e diz que bloqueios matam pessoas
O presidente brasileiro reclamou das retaliações dos Estados Unidos e da União Europeia contra o regime de Nicolás Maduro
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas nesta segunda-feira (29) às sanções econômicas aplicadas pelos Estados Unidos e pela União Europeia à Venezuela. Segundo ele, isso é "pior do que uma guerra" e os bloqueios "matam" crianças e mulheres. "Eu sempre acho que o bloqueio é pior do que uma guerra, porque na guerra, normalmente, morre soldado que está em batalha, mas o bloqueio mata crianças, mulheres, pessoas que não têm nada a ver com a disputa ideológica que está em jogo", disse o presidente brasileiro em entrevista coletiva após encontro com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Os Estados Unidos e países da Europa passaram a aplicar sanções econômicas à Venezuela como forma de retaliação pela ditadura instaurada por Maduro no país. Ele está no poder na Venezuela desde 2013.
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De acordo com Lula, as sanções atrapalham o comércio internacional da Venezuela. "O Maduro não tem dólar para pagar as suas exportações. É culpa dele? Não. É culpa dos Estados Unidos, que fez um bloqueio extremamente exagerado", criticou.
Ataques a Guaidó
Além de condenar as sanções contra a Venezuela, Lula reclamou dos países que reconheciam o político Juan Guaidó como presidente da Venezuela. Entre 2019 e 2022, ele se autodenominava presidente interino do país, em oposição ao regime de Maduro.
"Eu briguei muito com companheiros sociais, democratas, europeus, com governos, com pessoas dos Estados Unidos. Eu achava a coisa mais absurda do mundo, para as pessoas que defendem a democracia, era as pessoas negarem que você era presidente da Venezuela, tendo sido eleito pelo povo, e o cidadão [Juan Guaidó] que foi eleito para ser deputado fosse reconhecido como presidente da Venezuela", disse Lula.
De acordo com o brasileiro, Guaidó era um "impostor". "Eu fiquei sabendo que a Venezuela tinha uma reserva de ouro em Londres e que essa reserva de ouro foi colocada sobre a guarda de Guaidó. Um impostor como presidente da República, porque não aceitaram o presidente eleito", afirmou o brasileiro.