Lula diz que 8 de Janeiro é resultado de processo feito por líderes políticos extremistas
Presidente afirmou que 'felizmente' a tentativa de golpe falhou e que a sociedade brasileira rejeitou a invasão aos Três Poderes
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a tentativa de golpe ocorrida em 8 de Janeiro de 2023, em Brasília (DF), felizmente falhou. Ele avaliou a invasão como resultado de um processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em seu próprio benefício. As informações constam em artigo publicado pelo petista nesta segunda-feira (8) no jornal norte-americano Washington Post.
"Felizmente, essa tentativa de golpe falhou. A sociedade brasileira rejeitou a invasão, e, durante o ano passado, o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal e o Poder Executivo dedicaram esforços para esclarecer os fatos e responsabilizar os invasores", disse Lula.
"A tentativa de golpe foi o culminar de um longo processo promovido por líderes políticos extremistas para desacreditar a democracia em seu próprio benefício. O sistema eleitoral brasileiro, reconhecido internacionalmente pela sua integridade, foi questionado por aqueles que foram eleitos nesse mesmo sistema", afirmou o presidente. "O objetivo destas falsas denúncias era desqualificar a democracia para perpetuar o poder de forma autocrática. Mas a democracia brasileira prevaleceu e emergiu mais forte", completou.
• Clique aqui e receba as notícias do R7 no seu WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo WhatsApp
• Compartilhe esta notícia pelo Telegram
• Assine a newsletter R7 em Ponto
No artigo, o presidente relata que, desde o seu retorno ao Planalto, em 1º de janeiro de 2023, a unidade do país e a reconstrução de políticas bem-sucedidas têm sido objetivos de sua gestão. "Um governo que melhora vidas é a melhor resposta que temos aos extremistas que atacam a democracia. A desigualdade serve como terreno fértil para o extremismo e a polarização política. Quando a democracia não consegue garantir o bem-estar do povo, os extremistas procuram desacreditar o processo político e promover a descrença nas instituições", argumenta.
Lula cita que a erosão da democracia é exacerbada pelo fato de as fontes de notícias e interações sociais serem mediadas por aplicações digitais, que foram concebidas para o lucro e não para a coexistência democrática. "O modelo de negócios das big tech, que dá prioridade ao envolvimento e à procura de atenção, promove conteúdos inflamatórios e fortalece o discurso extremista, favorecendo forças antidemocráticas que operam em redes internacionalmente coordenadas."
Leia também
Para Lula, estão integradas as questões tecnológicas, sociais e políticas. "O fortalecimento da democracia depende da capacidade dos estados não só para enfrentar as desigualdades estruturais e promover o bem-estar da população, mas também para enfrentar os fatores que alimentam o extremismo violento... Outro 6 [de Janeiro de 2021, quando o Capitólio dos Estados Unidos foi invadido) e 8 de Janeiro só poderá ser evitado transformando a realidade da desigualdade e do trabalho precário", finaliza.