Lula diz que Lira é adversário do PT desde a fundação do partido, mas que precisa dele
Presidente da República cita necessidade de negociar com políticos que não apoiam o governo
Brasília|Augusto Fernandes, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta sexta-feira (11) que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), é adversário político do PT desde que o partido foi fundado, mas afirmou que precisa dele para conseguir a aprovação de projetos que interessam ao governo.
“O Arthur Lira é nosso adversário político desde que o PT foi fundado. Ele é nosso adversário e vai continuar sendo. Nós temos o momento de campanha, em que nós vamos nos xingar, vamos falar um mal do outro. Mas quando termina a eleição, que cada um assume seu posto, ele não está aqui como Arthur Lira. Ele está como presidente de uma instituição que o Poder Executivo precisa mais dela do que ela do Executivo”, comentou Lula.
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“Não é o Lira que precisa de mim. Eu é que mando os projetos feitos pelos ministros, pela sociedade, e eu é que preciso dele para colocar em votação”, completou o presidente. As declarações ocorreram durante o lançamento da nova versão do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), no Rio de Janeiro.
Ao citar Lira, Lula falava sobre o fato de ter que lidar com divergências no meio político. Ele mencionou o governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL), que presenciou o lançamento do novo PAC e foi vaiado pelo público presente no ato. O presidente repreendeu as vaias contra Castro.
“Quando fazemos um ato como esse, esse ato não é para nós do PT, esse ato não é para nós do governo. Esse ato é para a sociedade brasileira. E nós temos que compor [o ato] com as pessoas que fazem parte da sociedade brasileira. O governador do Rio de Janeiro não está aqui porque ele quer estar aqui. Ele está aqui porque nós o convidamos a vir”, disse Lula.
“Eu me sentiria muito deprimido se um dia eu fosse em um ato em Goiás convidado pelo [governador, Ronaldo] Caiado e o pessoal me vaiasse. Eu ficaria constrangido. Porque não é o governador, o deputado ou o vereador que está aqui. É a instituição do estado que ele representa. Às vezes a gente fica muito incomodado porque as pessoas são nossas convidadas”, acrescentou o presidente.