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Lula diz que vitória da esquerda na França serve de inspiração para América do Sul

Nova Frente Popular surpreendeu e ficou em primeiro lugar no segundo turno das eleições legislativas francesas

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

O presidente Lula em agenda Roberto Casimiro/Estadão Conteúdo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou as redes sociais neste domingo (7) para comemorar a vitória da NFP (Nova Frente Popular) — coalizão formada por socialistas, comunistas, verdes e da esquerda radical — na eleição legislativa da França. De acordo com o brasileiro, a conquista do grupo francês reforça a importância do diálogo e deve servir de inspiração para os sul-americanos.

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“Muito feliz com a demonstração de grandeza e maturidade das forças políticas da França que se uniram contra o extremismo nas eleições legislativas de hoje. Esse resultado, assim como a vitória do partido trabalhista no Reino Unido, reforça a importância do diálogo entre os segmentos progressistas em defesa da democracia e da justiça social. Devem servir de inspiração para a América do Sul”, escreveu Lula.

A Nova Frente Popular surpreendeu e ficou em primeiro lugar no segundo turno das eleições legislativas antecipadas na França. A vitória deixou o Reagrupamento Nacional, partido de direita liderado por Marine Le Pen e Jordan Bardella, em terceiro lugar, atrás da coalizão de centro liderada pelo presidente da França, Emmanuel Macron, que ficou em segundo.

Os acordos tácitos entre o governo de Macron, de centro, e a coalizão de esquerda, concentrando o voto no candidato com mais chances de derrotar o Reagrupamento Nacional em cada circunscrição, frustraram a vitória da direita, mas não deram aos esquerdistas uma maioria absoluta, o que aumenta a incerteza sobre o futuro da França.


O pleito foi marcado pelo forte comparecimento às urnas, com 67% de participação, o maior desde 1981. Contra todas as expectativas, a NFP ficou com 182 assentos na Assembleia Nacional, seguida pela coalizão Juntos, de Macron, com 168 cadeiras, e pelo antes favorito Reagrupamento Nacional, com 143 deputados. Antes, esses blocos tinham, respectivamente, 150, 250 e 89 assentos.

Para o cientista político e pesquisador John Crowley, o resultado foi “uma surpresa para todo mundo” e se deve, sem dúvida, às desistências de candidatos entre o primeiro e o segundo turnos para barrar o crescimento do Reagrupamento Nacional nas urnas.


“Não era óbvio que os votos do centro poderiam ir para a esquerda ou vice-versa, mas eles conseguiram. A estratégia da barragem deu certo e fez o RN perder assentos em relação às primeiras estimativas, que davam até a maioria absoluta para o partido de Bardella (289 cadeiras)”, diz o pesquisador.

Mas, de acordo com ele, a formação de um novo governo “vai ser extremamente complicada”. “A esquerda chegou na frente, mas longe de conseguir uma maioria. O presidente da República tem o poder de nomear o primeiro-ministro, ele pode nomear quem ele quiser. Provavelmente, haverá muita negociação nos próximos dias”, explica.

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