Lula lamenta morte de Cid Moreira: ‘Legado sempre será lembrado’
Jornalista morreu aos 97 anos, nesta quarta-feira (3); causa da morte foi falência múltipla de órgãos após quadro de pneumonia
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva divulgou uma nota em que lamenta a morte do jornalista Cid Moreira, aos 97 anos, nesta quinta-feira (3). “Uma das personalidades mais conhecidas da história do nosso jornalismo e da televisão”, disse o petista, acrescentando que “seu legado no jornalismo e na televisão brasileira sempre será lembrado”.
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“Jornalista e radialista, Cid Moreira trabalhou em rádios e TVs antes de assumir a bancada do Jornal Nacional, onde trabalhou por décadas como seu principal apresentador. O rosto das notícias e do “boa noite” para milhões de brasileiros. De uma voz única, potente, o jornalista também fez muitas locuções, a mais famosa delas nas gravações da Bíblia Sagrada. Meus sentimentos aos familiares, amigos, colegas e admiradores de Cid Moreira”, diz o texto, assinado por Lula e divulgado pela Secretaria de Comunicação Social.
Moreira estava internado em um hospital em Petrópolis (RJ). A causa da morte foi falência múltipla de órgãos após quadro de pneumonia. O jornalista enfrentava problemas nos rins e fazia diálise com frequência.
Trajetória
Nascido em Taubaté (SP), Moreira deu início à sua trajetória profissional aos 15 anos, quando começou a trabalhar como contador na rádio Difusora da cidade. Sua voz marcante e de timbre grave chamou a atenção, levando-o a ser convidado para atuar como locutor pouco tempo depois.
Formado em contabilidade, em 1947, mudou-se para a capital paulista e foi trabalhar na rádio Bandeirantes. Naquele período, também atuou como locutor oficial na campanha política de Ademar de Barros, um dos proprietários da emissora.
Em 1951, Cid foi contratado pela rádio Mayrink Veiga, permanecendo por 12 anos e consolidando-se como uma das principais vozes do rádio brasileiro. Durante esse período, também trabalhou em produções cinematográficas, narrando documentários e atuando em filmes, como Angu de Caroço (1955) e Traficantes do Crime (1958).
Em 1969, Cid alcançou projeção nacional ao se tornar âncora do Jornal Nacional, da Rede Globo, programa que apresentaria por quase três décadas, até 1996. Ele dividiu a bancada com Hilton Gomes na estreia do jornal e, em sua última edição, esteve ao lado de Sérgio Chapelin.
Ao longo de seus 70 anos de carreira, Cid publicou o livro Boa Noite, cujo título homenageia sua saudação característica ao final de cada edição do jornal que apresentava.