Lula manda Lewandowski e diretor da PF ao RJ após operação que deixou ao menos 119 mortos
Presidente orientou que eles devem avaliar situação e discutir formas de atuação e apoio institucional
Brasília|Bruna Lima e Clarissa Lemgruber, do R7, em Brasília
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O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, afirmou nesta quarta-feira (29) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ficou “estarrecido” com as mortes ocorridas na operação policial de terça-feira (28) no Rio de Janeiro e surpreso por uma ação dessa dimensão ter sido deflagrada sem o conhecimento do governo federal.
“Presidente ficou estarrecido com o número de ocorrências fatais no Rio e surpreso que uma operação dessa envergadura fosse desencadeada sem conhecimento do governo federal, sem nenhuma possibilidade do governo poder, de alguma forma, participar, sobretudo com informações e apoio logístico”, afirmou.
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Em coletiva de imprensa após reunião com Lula no Palácio da Alvorada, Lewandowski disse que o presidente determinou que ele e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, viajem ao Rio ainda nesta quarta para avaliar a situação e discutir formas de atuação e apoio institucional.
“Vamos procurar minimizar o sofrimento do povo, apoiar as forças de segurança e intensificar, naquilo que for possível, o combate às organizações criminosas. [...] Situação complexa, e não há bala de prata para resolver”, afirmou.
O ministro disse que o objetivo da viagem ao Rio é ouvir as demandas do governo estadual e avaliar quais medidas podem ser reforçadas, incluindo o aumento do efetivo da Força Nacional, presente no estado desde 2023.
“Vamos in loco verificar número de mortos, feridos, quem é que foi atingido efetivamente. A primeira impressão que se tem, óbvio, é que foi uma operação extremamente cruenta, violenta. Vamos pensar se esse tipo de ação é compatível com o Estado Democrático de Direito.”
Possível GLO
O ministro também comentou a possibilidade de uso de uma GLO (Garantia da Lei e da Ordem) no estado. Segundo ele, essa medida só pode ser adotada se houver solicitação formal do governador Cláudio Castro (PL), o que não houve até o momento, segundo ele.
“Se o governador requerer, cabe ao presidente avaliar. Não há pedido. Primeiro, tem que ser requerida formalmente pelo governador. Não é uma ação espontânea do governo federal ou do presidente da República”, disse.
“Pela lei, o governador precisa reconhecer a incapacidade das forças locais de enfrentarem essa turbulência, essa agitação, essa ameaça à segurança pública. É algo extremamente complexo, medida excepcionalíssima, em que as Forças Armadas acabam tomando conta da operação.”
Lewandowski afirmou que o governo federal já ofereceu apoio imediato ao estado, incluindo vagas em unidades do sistema federal de segurança máxima para a transferência de lideranças criminosas. Ele também citou o envio de peritos e médicos-legistas da Força Nacional e da Polícia Federal, além do uso de bancos de dados federais.
“Temos banco de DNA e balística muito bem operado pela PF, para elucidar crimes e identificar mortos, para sabermos se são pessoas ligadas a organizações criminosas ou não. Isso, de imediato, podemos colocar à disposição”, afirmou.
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