Lula mente e diz que Alckmin foi contra impeachment de Dilma
Ex-presidente afirmou que não era verdade que Alckmin apoiou queda de Dilma, mas ex-governador defendeu impeachment
Brasília|Do R7, em Brasília
O ex-presidente Lula afirmou que não é verdade que Geraldo Alckmin apoiou o impeachment de Dilma Rousseff. A fala aconteceu durante entrevista nesta terça-feira (31), seis anos após o ex-governador de São Paulo, hoje vice de chapa com Lula, manifestar mais de uma vez que concordava com o impedimento do mandato da petista.
Lula retrucou hoje um questionamento sobre diálogos com políticos que apoiaram o impeachment de Dilma, como Alckmin. “Não, não fale isso que não é verdade. O Geraldo Alckmin não só era contra como ele pediu um parecer de um advogado, que deu um parecer contra o impeachment”, alegou Lula. O ex-tucano, porém, já disse que “o impeachment não é golpe” e ressaltou concordar “em número, gênero e grau” com Fernando Henrique Cardoso sobre o impedimento.
O entendimento de Alckmin de que Dilma deveria ser afastada do cargo de presidente após denúncias de crimes de responsabilidade começou a ser manifestado ainda em 2015. O R7 mostrou, em dezembro daquele ano, que o então governador de São Paulo se recusou a fazer parte de um grupo de 15 governadores que assinaram uma carta contra o impeachment.
Na ocasião, ele ainda pontuou: “Eu tenho ouvido muito que o impeachment é golpe. O impeachment é previsto na Constituição brasileira, e a Constituição não é golpista”. Já em março de 2016, o tucano deu uma declaração sólida. Questionado sobre o tema, Alckmin disse concordar “em número, gênero e grau” com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que havia defendido o impeachment da presidente Dilma Roussef.
A fala ainda está disponível no site oficial do PSDB, que divulgou nota à época. O hoje vice de Lula na chapa que tenta a Presidência ainda avaliou que o país sairia “mais fortalecido” do “triste momento” que estava vivendo.
O processo de impeachment de Dilma Rousseff começou em 2 de dezembro de 2015, quando o então presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, aceitou pedido dos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Júnior e Janaina Paschoal. Eles analisaram o crime de responsabilidade pela prática das chamadas "pedaladas fiscais". Em 31 de agosto de 2016, o Senado aprovou a cassação do mandato por 61 votos favoráveis e 20 contrários.