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R7 Brasília

Lula participa da posse da presidente eleita do México

Claudia Sheinbaum é a primeira mulher eleita para comandar a nação mexicana; cerimônia ocorreu nesta terça-feira (1º)

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula e Claudia Sheinbaum, presidente eleita do México Ricardo Stuckert/PR - 30.09.2024

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participa, nesta terça-feira (1º), da cerimônia de posse da presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum, a primeira mulher eleita para comandar a nação. Os líderes se reuniram na última segunda-feira (30), na Cidade do México.

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É a primeira viagem de Lula ao México neste mandato. O México é o sexto parceiro comercial do Brasil e o quinto principal destino das exportações brasileiras. O comércio entre os dois países fechou 2023 em US$ 14 bilhões — aumento de 15% em relação a 2022. O Brasil trabalha para incrementar acordos econômicos vigentes com o México, como redução de tarifas de importação e o livre comércio automotivo.

Claudia foi eleita no início de junho, e o mandato dela vai durar seis anos. Ela foi militante do movimento estudantil antes de se lançar na política e, desde o início, era próxima a López Obrador, atual presidente. A presidente eleita promete continuar o governo do antecessor, em especial uma proposta de reforma da Constituição, criticada por opositores e analistas por, supostamente, enfraquecer o Poder Judiciário e a autoridade eleitoral mexicana.

Obrador encerra a presidência com aprovação de cerca de 60% da população. Ele tem como legado a valorização do salário mínimo e o aumento dos benefícios sociais no México, mas é acusado por opositores de ter tendências autoritárias. O principal desafio que Claudia terá de enfrentar é a violência dos cartéis de drogas, tema que marcou as eleições, com pelo menos 34 candidatos ou aspirantes assassinados, segundo levantamento do Laboratório Eleitoral.


Venezuela

Como mostrou o repórter da RECORD Luiz Fara Monteiro, Lula discutiu uma série de temas em comum com a presidente eleita, incluindo a tensão na América Latina provocada pela controversa eleição de Nicolás Maduro no último 28 de julho, contestada pela oposição. Brasil e México, ao lado da Colômbia, cobraram publicamente que o Colégio Eleitoral venezuelano publicasse as atas eleitorais.

Com a eleição mexicana, Obrador preferiu que o assunto fosse tocado por Claudia a partir de sua posse. Durante visita ao Chile, em 5 de agosto último, Lula disse ao presidente Gabriel Boric que a prioridade do Brasil é manter a estabilidade política na América Latina, embora reconhecesse pagar um certo preço político por isso. E que preferia tratar o assunto Venezuela com cautela e discrição.


Ao contrário de Lula, Boric, Luis Lacalle Paul, do Uruguai, e Javier Milei, da Argentina, não pouparam críticas pesadas e públicas a Nicolás Maduro após a eleição. Na última segunda-feira (30), o presidente brasileiro expressou seu desejo de que a Venezuela retome “à normalidade democrática” para que a América do Sul configure uma zona de paz.

“Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar? Eu não falo nem da Janja em todo lugar. Eu falo do que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele. E foi muito bom o discurso”, disse Lula. Na sequência, relatou ter muito interesse em que a Venezuela volte “à normalidade democrática”, mas que precisa “criar as condições” para uma negociação.


“É preciso encontrar um jeito de a gente retomar uma conversa democrática... Eu tenho preocupação com a Venezuela há muito tempo, não é de agora. Porque quanto mais em paz estiver a Venezuela, mais em paz estará a América do Sul. E nós queremos consagrar a América do Sul como uma zona de paz, a gente não quer guerra, a gente não quer conflito”, disse o petista.



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