Lula passa por procedimento para tratar dores no quadril, mas segue agenda em São Paulo
Presidente da República foi submetido a uma infiltração no local afetado e não realizou nenhum exame, segundo assessoria
Brasília|Emerson Fonseca Fraga, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou neste domingo (23) por um procedimento médico conhecido como infiltração, para aliviar dores no quadril direito. O chefe de Estado submeteu-se ao tratamento ortopédico no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e não fez exames, segundo a assessoria dele. Em maio, a equipe médica presidencial chegou a avaliar a possibilidade de uma cirurgia na região.
Procurado, o Hospital Sírio-Libanês respondeu que a Secretaria de Comunicação da Presidência está concentrando as informações sobre a saúde de Lula. Mesmo após o procedimento, o chefe do Executivo federal continua a agenda no estado. Ele participa, à tarde, da posse da nova diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos do ABC.
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Lula tem sentido dores na região do quadril direito. Em um evento em Salvador, ainda em maio, o presidente chegou a dizer que "injeção já não resolve". No fim de fevereiro, ele foi submetido a um exame de imagem.
"O presidente realizou uma ressonância magnética no quadril, programada para acompanhamento da fisioterapia, dos exercícios que vem fazendo", informou, na época, a Secretaria de Comunicação da Presidência.
Osteoartrose
A dor na articulação dos quadris em uma pessoa acima de 75 anos tem como provável causa a osteoartrose, que é um desgaste da articulação que leva a um atrito anormal entre a cabeça do fêmur e o osso da bacia, explica o coordenador do Instituto da Mobilidade do Hospital Moriah, o médico Marco Aurélio Silvério Neves.
"Isso, normalmente, vai progredindo e piorando com o tempo e tem pouca resposta com medicação, até que leva a um quadro de constante dor e de dificuldade para atividades da vida diária", acrescenta.
De acordo com o médico, antes de pensar na cirurgia, busca-se o tratamento chamado de conservador. "Consiste em uso de medicação, para melhorar a dor e diminuir os processos inflamatórios que são causados pela artrose, e fisioterapia, que tem por objetivo melhorar a mobilidade e a condição muscular para ajudar a absorção de impacto e dar mais conforto ao paciente", explica Neves.
"Depois dessa tentativa, sem resposta, a cirurgia começa a ser cogitada, especialmente quando o paciente tem bastante sintoma e impacto no que diz respeito à qualidade de vida. Parece ser o caso do presidente, que está reclamando de dores constantes, que está com muita limitação e, durante um tempo, pelo menos três meses, está tentando tratamento com fisioterapia também", conclui.