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Lula pede que diálogo com EUA não tenha ‘contaminação política nem ideológica’, diz Alckmin

Vice-presidente conversou com secretário norte-americano no sábado para discutir tarifaço imposto por Trump

Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

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RESUMO DA NOTÍCIA

  • Geraldo Alckmin afirmou que Lula quer manter diálogo com os EUA sem influências políticas ou ideológicas.
  • O governo brasileiro busca reverter a tarifa de 50% imposta por Trump sobre produtos brasileiros.
  • Alckmin se reuniu com o secretário de Comércio dos EUA e ressaltou o interesse do Brasil na negociação.
  • Uma comitiva de senadores viajará aos EUA para discutir estratégias e fortalecer relações comerciais.

Produzido pela Ri7a - a Inteligência Artificial do R7

Geraldo Alckmin tem comandado negociações com os EUA para tentar reverter decisão de Trump Valter Campanato/Agência Brasil - 16.07.2025

O vice-presidente Geraldo Alckmin declarou nesta quinta-feira (24) que a orientação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para as negociações do tarifaço de Donald Trump é manter o diálogo livre de “contaminações políticas ou ideológicas”.

Desde que o presidente dos Estados Unidos anunciou a taxa de 50% a todos os produtos brasileiros comprados pelos norte-americanos, há duas semanas, o governo do petista tenta rever a determinação.


Os diálogos são comandados por Alckmin, que também é ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

“Destacando, o presidente Lula tem orientado negociação. Não ter contaminação politica nem ideológica, mas centrar na busca de solução para a questão comercial”, disse o vice-presidente a jornalistas, após mais uma rodada de debates com empresários e setores impactados pelo anúncio de Trump.


“Em vez de ter um perde-perde, com inflação nos EUA e diminuição das nossas exportações para o mercado norte-americano, invertemos isso: resolvermos os problemas, aumentarmos a complementariedade econômica, a integração produtiva, os investimentos recíprocos, discutirmos a não bitributação, enfim, avançarmos em uma agenda extremamente positiva”, acrescentou.

A intenção do governo federal é, a partir da próxima segunda-feira (28), realizar coletivas de imprensa diárias para divulgar como andam as negociações.


‘Conversa longa’

O vice-presidente informou ter conversado com o secretário de Comércio dos EUA, Howard Lutnick, na tarde do último sábado (19).

“Uma conversa longa que, entendo, importante, colocando todos os pontos e destacando o interesse na negociação”, destacou, ao afirmar que o Brasil “nunca saiu da mesa de negociação”.


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“Reiteirei a disposição do Brasil de negociação. Queremos, essa é a disposição. Não criamos esse problema, mas queremos resolver, estamos empenhados em resolver. É um diálogo, não é monólogo, são duas partes”, reforçou, lembrando a longa relação comercial entre as duas nações.

“Temos uma tradição de 200 anos com os EUA. Não é possível o país sofrer uma injustiça dessa. Não há nenhuma razão de natureza econômica, comercial, de alíquota, de política tarifária. Não se justifica. Então, o empenho em resolver”, completou Alckmin.

Encontro com senadores

O vice-presidente informou, ainda, ter se reunido com os senadores que vão aos Estados Unidos na próxima semana.

A expectativa é de que o grupo, formado por oito parlamentares, viaje ao país entre a próxima segunda (28) e quarta-feira (30). A comitiva é liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS).

Alckmin, contudo, não apresentou detalhes da reunião com os congressistas. Nessa quarta (23), o grupo definiu as estratégias da viagem com o Ministério das Relações Exteriores.

“A agenda técnica vai terminar de ser concluída até o fim desta semana. Vamos nos reunir com empresários, americanos que têm negócios com o Brasil, empresários brasileiros que têm negócios nos EUA e parlamentares americanos”, detalhou Trad, após o encontro com o Itamaraty.

‘Sou bom de truco’

Nesta quinta-feira, Lula voltou a criticar a decisão de Trump. O petista afirmou que o norte-americano “não quer conversar”.

“Não sou mineiro, mas sou bom de truco. Se ele tiver trucando, vai tomar um seis”, declarou, em referência ao jogo de cartas.

“Ele [Donald Trump] não quer conversar. Se quisesse, pegava o telefone e me ligava. Eu conversei com o [ex-presidente dos Estados Unidos, Bill] Clinton, com o [ex-presidente dos EUA, Barack] Obama, com o [presidente da Rússia, Vladimir] Putin, com o [presidente chinês] Xi Jinping, conversei com o [ex-presidente dos EUA, Joe] Biden. Eu converso com a Índia, o Canadá, ontem conversei 40 minutos com a presidente do México [Claudia Sheinbaum]. [Mas] ele [Trump] não quis conversar”, lamentou Lula.

Relembre o caso

Em 9 de julho, Donald Trump anunciou que vai cobrar 50% de todos os produtos do Brasil comprados pelos EUA a partir de 1º de agosto.

Segundo o republicano, a medida é uma resposta direta a supostos ataques do Brasil à liberdade de expressão de empresas norte-americanas e à forma como o país tem tratado o Jair Bolsonaro.

Além de inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.

Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-mandatário brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.

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