Lula promete mais 100 institutos federais e critica megaempresários: 'Só vão à Presidência pedir bilhões'
Declaração foi dada pelo presidente em agenda na zona oeste do Rio de Janeiro nesta quarta-feira (7)
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva prometeu nesta quarta-feira (7) a criação de 100 novos institutos federais por todo o país e voltou a criticar os empresários. "[O papel do Estado] não é atender o megaempresário, que cada vez que vão à presidência só sabem pedir bilhões, bilhões, bilhões e bilhões", afirmou o petista em agenda na zona oeste do Rio de Janeiro.
A declaração foi dada durante discurso em que defendia a obrigação do Estado de "garantir oportunidade para que todas as pessoas possam vencer na vida". Em outro momento, Lula comentou a dívida ativa brasileira, de quase R$ 2 trilhões. "Veja se o pobre tem dívida. Não tem. Porque o pobre, quando compra leite e pão fiado e não pode pagar, deixa de passar na frente da padaria, tem medo de ser chamado que está devendo", disse.
"O rico, não. Ele gosta de dizer que está devendo. Para ele, é uma coisa charmosa dizer que 'pegou R$ 5 bilhões do BNDES, juros de longo prazo, cinco anos de carência e que vai pagar em 15 anos'. O pobre, não. A gente empresta o crédito consignado, de R$ 500, de R$ 1 mil, para ele sobreviver", acrescentou.
Na agenda, Lula prometeu a criação de 100 novos institutos federais por todo o país. "Quando eu cheguei na presidência, em 2003, esse país tinha 140 institutos federais. O primeiro foi feito em 1909 pelo presidente Nilo Peçanha, na cidade de Campos dos Goytacazes. Ou seja, em um século, fizeram 140. A Dilma [Rousseff] e eu, em 14 anos, fizemos 682. E vou fazer mais 100 agora", afirmou.
Agenda
As declarações foram dadas por Lula durante agenda no Rio de Janeiro. O presidente inaugurou o GEO (Ginásio Educacional Olímpico) Isabel Salgado e lançou a pedra fundamental do Campus Parque Olímpico/Cidade de Deus do IFRJ (Instituto Federal do Rio de Janeiro). A cerimônia ocorreu na Barra da Tijuca, na zona oeste da capital.
Na ocasião, foi assinado o termo de cessão do terreno pela Prefeitura do Rio de Janeiro. "A iniciativa oficializa a implantação da unidade educacional, garantindo o acesso das comunidades ao ensino técnico e profissional, além de integrar a ação de continuidade da política de expansão dos institutos federais no país", diz o governo.
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A unidade do IFRJ vai atuar no eixo ambiente e saúde (ofertando cursos na área de enfermagem, farmácia e análises clínicas) e em controle e processos industriais (ofertando cursos na área de automação industrial, mecânica e sistemas de energia). O governo vai repassar R$ 15 milhões para a construção do campus, cuja obra está prevista para entrega em 2025.
O GEO Isabel Salgado vai ocupar o espaço que antes era a Arena Carioca 3, no Parque Olímpico, e é um equipamento público formado por 24 salas de aulas, recepção, uma unidade de alimentação e nutrição, uma sala multiuso e outra para apoio pedagógico, área de circulação, sanitários para funcionários e alunos. Há também instalações esportivas com duas quadras e locais para a prática de judô, lutas, tênis de mesa e ginástica. A escola funcionará em tempo integral e beneficiará cerca de mil alunos.
Atualmente, o IFRJ possui 15 campi no estado e atende mais de 18 mil estudantes. As duas novas unidades educacionais permitirão a ampliação para quase 21 mil alunos, pois cada unidade tem potencial de atendimento de 1.400 estudantes, com estrutura de 70 professores e 45 técnicos administrativos em cada um. Nesta semana foi anunciada a construção de mais três unidades - além do Parque Olímpico/Cidade de Deus, serão erguidos os campi Complexo do Alemão e Belford Roxo.