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R7 Brasília

Lula quer ‘normalidade democrática’ na Venezuela para América do Sul ser ‘zona de paz’

Presidente argumentou também sobre “cometimento no nosso comportamento” para “evitar caminho sem volta”

Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília

Lula quer América do Sul como 'zona de paz' Ricardo Stuckert/PR - Arquivo

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva expressou, nesta segunda-feira (30), seu desejo de que a Venezuela retome “à normalidade democrática” para que a América do Sul configure uma zona de paz. O brasileiro foi questionado sobre o motivo de não ter citado o país, comandado por Nicolás Maduro, em seu discurso na 79ª Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, nos Estados Unidos, e respondeu que fala do que lhe interessa.

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“Por que eu tenho que falar da Venezuela em todo lugar? Eu não falo nem da Janja em todo lugar. Eu falo do que me interessa falar. O discurso que eu queria fazer era aquele. E foi muito bom o discurso”, disse Lula. Na sequência, relatou ter muito interesse em que a Venezuela volte “à normalidade democrática”, mas que precisa “criar as condições” para uma negociação.

“É preciso encontrar um jeito de a gente retomar uma conversa democrática... Eu tenho preocupação com a Venezuela há muito tempo, não é de agora. Porque quanto mais em paz estiver a Venezuela, mais em paz estará a América do Sul. E nós queremos consagrar a América do Sul como uma zona de paz, a gente não quer guerra, a gente não quer conflito”.

As declarações foram dadas por Lula após o fórum empresarial Brasil-México, na Cidade do México, onde cumpre compromissos públicos. “Agora é importante que a gente tenha cometimento no nosso comportamento, porque se eu acho que a pessoa errou, e eu achar que tenho de radicalizar para consertar o erro, vou pegar um caminho sem volta”, destacou o brasileiro.


Em seu discurso na ONU, Lula criticou a organização e pediu que os países que estão em guerra atualmente, como Rússia e Israel, façam acordos de paz. O brasileiro também alertou para uma expansão perigosa do conflito na Faixa de Gaza para o Líbano. Temas como meio ambiente, inteligência artificial, democracia, Cuba e Haiti foram alguns dos assuntos abordados pelo petista na ocasião.

Reunião com nova presidenta eleita do México

Lula foi questionado pelos jornalistas se vai tratar de Venezuela com a nova presidente eleita do México, Claudia Sheinbaum - a primeira mulher eleita no país. “Eu vou conversar com a presidente Claudia todos os assuntos que for necessário quando ela for vir para o G20″, respondeu o brasileiro. A agenda entre os líderes está prevista para ocorrer às 19h30 (horário da Cidade do México).


Brasil e México, ao lado da Colômbia, cobraram publicamente que o Colégio Eleitoral venezuelano publicasse as atas eleitorais. Com a eleição mexicana, o atual presidente, Lopes Obrador, preferiu que o assunto fosse tocado por Claudia a partir de sua posse, marcada para terça-feira (1º). Durante visita ao Chile, em 5 de agosto último, o brasileiro disse que a prioridade do Brasil é manter a estabilidade política na América Latina, embora reconhecesse pagar um certo preço político por isso.

Além disso, Lula também preferia tratar o assunto com cautela e discrição. Ao contrário do brasileiro, os demais líderes sul-americanos, como Luis Lacalle Paul, do Uruguai e Javier Milei, da Argentina, não pouparam críticas pesadas e públicas a Maduro após a eleição conturbada na Venezuela.

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