Lula recebe Haddad para discutir tarifaço de Donald Trump
Ministro da Fazenda tem elaborado propostas do governo para lidar com impactos da taxação anunciada pelo norte-americano
Brasília|Ana Isabel Mansur, do R7, em Brasília

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai discutir a taxa de 50% imposta pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
A expectativa é de que o encontro ocorra na manhã desta terça-feira (22), como apurou o R7, embora Lula tenha declarado que a reunião seria ainda nesta segunda (21).
O petista está retornando a Brasília (DF) após participar de um evento em defesa da democracia em Santiago, capital do Chile. Ele deve chegar à capital federal na noite desta segunda.
A taxa foi anunciada por Trump na semana retrasada e vai atingir todos os produtos brasileiros comprados pelos EUA.
A tarifa começa a valer a partir de 1º de agosto. O governo brasileiro, por meio do ministério da Fazenda, tem estudado possíveis reações aos impactos da taxa. Haddad deve apresentar essas medidas a Lula.
“Temos um grupo de trabalho se preparando para apresentar [propostas] essa semana para o presidente. Quais são as alternativas que temos? Tanto em relação à Lei da Reciprocidade [recém-aprovada e regulamentada por Lula na semana passada] quanto em relação a um eventual apoio que o presidente eventualmente queira considerar em relação aos setores mais prejudicados. Mas isso não foi apresentado ainda ao presidente Lula”, destacou Haddad na manhã desta segunda, em entrevista a uma rádio.
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Segundo o ministro, o Executivo tem um “plano de contingência” para socorrer os setores mais afetados pela decisão de Trump.
“A pedido do presidente Lula, estamos desenhando os cenários possíveis, tanto da abertura de negociações por parte dos Estados Unidos, o que não aconteceu ainda, quanto uma resposta eventual às duas cartas que nós mandamos”, destacou, em referência às tentativas brasileiras de negociação.
“Podemos chegar ao dia 1º [de agosto] sem resposta? Esse é um cenário que nós não podemos desconsiderar neste momento. Mas ele não é o único cenário que está sendo considerado por nós. Entãom temos plano de contingência para qualquer decisão que venha a ser tomada pelo Presidente da República”, acrescentou o ministro.
Negociações
Após o anúncio de Trump, Lula determinou a criação de um comitê interministerial para discutir a tarifa.
O grupo de trabalho é chefiado pelo vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, e reúne empresários de diversas áreas.
O trabalho do governo federal busca reverter a taxação de Trump — desde a última terça (15), Alckmin tem se reunido com os setores produtivos impactados, além de representantes do agronegócio e empresas norte-americanas.
Caça às bruxas
Em 9 de julho, Donald Trump anunciou que vai cobrar 50% de todos os itens do Brasil comprados pelos EUA a partir de 1º de agosto.
Segundo o republicano, a medida é uma resposta direta a supostos ataques brasileiros à liberdade de expressão de empresas norte-americanas e à forma como o país tem tratado o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Além de inelegível até 2030, o ex-presidente é réu no STF (Supremo Tribunal Federal) por tentativa de golpe de Estado e abolição do Estado Democrático de Direito.
Para o líder norte-americano, o julgamento e as investigações que envolvem o ex-presidente brasileiro configurariam uma “caça às bruxas” que deveria “terminar imediatamente”.
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