Lula vai à Índia nesta quinta para participar do G20 e defender paz na Ucrânia e combate à desigualdade
No evento, realizado nos dias 9 e 10, o Brasil será anunciado como o próximo país a assumir pela primeira vez a presidência do grupo
Brasília|Plínio Aguiar, do R7, em Brasília
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja nesta quinta-feira (7) para Nova Déli, capital da Índia, para participar da 18ª Cúpula do G20, grupo que reúne as nações mais desenvolvidas do mundo. No evento, realizado nos dias 9 e 10, o Brasil vai ser anunciado oficialmente pela primeira vez como o próximo país a assumir a presidência do G20.
Na cúpula, Lula vai defender temas que estão no centro da agenda do governo, como desenvolvimento sustentável, combate à desigualdade e proteção ao meio ambiente. O presidente também vai argumentar sobre a solução para o fim da guerra entre Rússia e Ucrânia.
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"O presidente Lula tem feito uma grande divulgação da necessidade de negociar a paz", disse o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira.
O Brasil é um dos poucos países no mundo que têm relação diplomática com todos os outros demais membros da Organização das Nações Unidas e%2C nessa condição%2C falamos com a Rússia e com a Ucrânia. O presidente Lula vem fazendo um apelo para que se fale mais de paz e menos de guerra.
Ainda de acordo com Vieira, Lula já se encontrou com cerca de 50 chefes de Estado e, durante essas conversas, tem feito apelo para buscar o fim da guerra no país europeu. "Queremos seguir um caminho que leve à paz. No G20, há países que nem sequer conversam com a Rússia e há países que têm atitude parecida com a brasileira. O local [Cúpula do G20] é ideal para esse tipo de divulgação."
O Brasil vai assumir a presidência do G20 de 1º de dezembro de 2023 a 30 de novembro de 2024. Ocupante do cargo, o país vai ser responsável por organizar a próxima reunião dos membros, que deve ocorrer em novembro do ano que vem na cidade do Rio de Janeiro.
Durante a viagem à Índia, Lula vai participar de três reuniões de trabalho do G20 e deve receber líderes de outras nações para reuniões bilaterais. O presidente brasileiro vai fazer o último discurso da cúpula, na tarde de domingo (10), após receber simbolicamente a presidência, que será entregue pelo primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.
"O presidente apresentará no seu discurso as prioridades brasileiras, mas ele já tem antecipado alguns dos temas que serão muito caros à presidência. Ele mencionou o combate às desigualdades, não só na área social, mas desigualdade entre países, de acesso a recursos, e, sobretudo, em áreas como combate à fome, combate à pobreza, a agenda social de maneira geral", disse o embaixador Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Itamaraty.
G20
O G20 foi criado em 1999 como uma forma de coordenação entre os países no nível ministerial, após uma sequência de crises econômicas internacionais. A primeira cúpula ocorreu em 2008, em Washington (EUA), no auge da crise causada pela quebra do banco Lehmann Brothers. A reunião foi realizada semestralmente em 2009 e 2010 e vem ocorrendo, de lá para cá, uma vez por ano.
O grupo responde, de forma conjunta, por cerca de 80% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial e 75% do comércio internacional, além de dois terços da população e 60% do território do planeta.
O G20 é formado por África do Sul, Alemanha, Arábia Saudita, Argentina, Austrália, Brasil, Canadá, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Índia, Indonésia, Itália, Japão, México, Reino Unido, Rússia e Turquia, mais a União Europeia.
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Nove outros países foram convidados para a cúpula: Bangladesh, Egito, Emirados Árabes, Espanha, Ilhas Maurício, Nigéria, Omã, Países Baixos e Singapura.
Vários organismos internacionais são convidados fixos nas cúpulas do G20:
• ONU (Organização das Nações Unidas);
• FMI (Fundo Monetário Internacional);
• Banco Mundial;
• OMS (Organização Mundial da Saúde);
• OMC (Organização Mundial do Comércio);
• OIT (Organização Internacional do Trabalho);
• OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico);
• União Africana;
• Agência de Desenvolvimento da União Africana (Auda-Nepad); e
• Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).