Megaoperação apura corrupção praticada por auditores do DF Legal
Indícios apontam que grupo cobraria propina em troca de serviços dentro do órgão, como emissão de alvarás, Habite-se, entre outros
Brasília|Jéssica Moura do R7, e Elijonas Maia, da Record TV
A Polícia Civil deflagrou a Operação Ludibrio para cumprir três mandados de prisão temporária contra dois auditores fiscais da secretaria DF Legal, e um comparsa. Eles são apontados como o núcleo principal de articuladores do esquema de corrupção no órgão.
Mais de 100 policiais estão nas ruas desde as primeiras horas da manhã desta sexta-feira (20) e ainda cumprem 17 mandados de busca e apreensão em endereços ligados à associção criminosa no DF e também nos municípios goianos de Alexânia e Goiânia. A operação foi liderada pela Delegacia de Repressão à Corrupção (DCOR).
Os investigadores apuraram que a dupla de auditores cobrava propina em troca de diversos tipos de favores dentro do DF Legal. Os dois atuavam para deixar de fazer fiscalizações em imóveis de clientes; emitiam alvarás de funcionamento ou cartas de Habite-se; cancelavam sanções como autos de infração, embargos e interdições; e ainda repassavam informações sigilosas sobre local e data de operações de fiscalização.
O terceiro integrante do trio atuava para captar pessoas interessadas em pagar por esse tipo de favorecimento ilegal. Um dos auditores, inclusive, já estava aposentado, mas se apresentava como se fosse da ativa para efetuar as fraudes.
O grupo deve responder por associação criminosa, concussão e corrupção. As investigações ainda podem resultar na identificação de outros delitos. Somadas, as penas podem chegar a 27 anos de prisão.
O nome da operação é uma alusão à má-fé, já que o grupo burlava as fiscalizações estatais. Além da PCDF, o Ministério Público e o próprio DF Legal colaboraram com a ação. Procurado, o DF Legal informou que "não coaduna com nenhum tipo de irregularidade". Além disso, processo em sua corregedoria interna para a devida apuração dos fatos.