Ministério Público Militar denuncia integrantes da FAB que levaram droga em avião presidencial
Além dos sargentos, civis suspeitos de envolvimento no caso também foram indiciados
Brasília|Renato Souza, do R7, em Brasília
A Procuradoria de Justiça Militar em Brasília apresentou denúncia contra três militares da Força Aérea Brasileira (FAB) que teriam transportado drogas em um avião da comitiva presidencial. Entre os denunciados, está o ex-sargento Manoel Silva Rodrigues, preso em 2019 em Sevilha, na Espanha.
Na peça enviada à Justiça Militar, a Procuradoria afirma que foi montado um complexo esquema de tráfico internacional de drogas por militares e civis, que envolveu, inclusive, a prática de lavagem de dinheiro. Além do transporte de drogas para a Europa, de acordo com as investigações, os envolvidos também atuavam no escoamento do produto ilegal no Brasil.
As investigações apontam que o ex-sargento fez o transporte de cocaína para a Espanha duas vezes em 2019. Ele foi detido na comitiva presidencial que seguia ao Japão para uma reunião do G20. A prisão foi em flagrante. Ele foi condenado pela Justiça espanhola a 14 anos e seis meses de prisão por tráfico internacional de drogas e continua preso no país.
Além de Manoel Silva, foram denunciados os militares Jorge Luiz da Cruz Silva e Márcio Gonçalves de Almeida e os civis Wilkelane Nonato Rodrigues, Marcos Daniel Penna Borja Rodrigues Gama, Márcio Moufarrege e Michelle Tocci. As investigações indicam que os sargentos atuaram sob ordem dos civis, mas que participavam ativamente da articulação do esquema criminoso.
A esposa de Manoel também teria participado do esquema de tráfico. O Ministério Público Militar afirma que o transporte por meio de aviões da FAB foi apenas mais uma maneira de desvio da vigilância das autoridades. A Procuradoria pede o confisco de bens do sargento e da esposa, como um veículo Chevrolet Cruze e um apartamento localizado em um condomínio fechado em Taguatinga, no Distrito Federal.