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Esporte repudia suposto caso de injúria racial entre estudantes do DF e anuncia plano antirracista

Direção relatou ao R7 que os estudantes foram chamados de “macacos”, “filhos da empregada” e “pobrinhos”

Brasília|Rafaela Soares e Edis Henrique Peres, do R7, em Brasília

Ministério repudiou caso no DF Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Ministério do Esporte se pronunciou sobre um suposto de caso de injúria racial ocorrido em um torneio de futsal entre estudantes do Distrito Federal (confira nota na íntegra abaixo). Segundo a direção da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima, os alunos foram chamados de “macacos”, “filhos da empregada” e “pobrinhos” por estudantes da escola Galois. Após tomar conhecimento sobre o episódio, a pasta afirmou que os fatos “são profundamente perturbadores” e confirmou elabora um Plano Nacional Esporte sem Racismo em parceria com o Ministério da Igualdade Racial.

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A partida estudantil aconteceu no dia em 3 de abril, durante a Liga das Escolas. De acordo com a diretora da escola franciscana, Inês Alves Lourenço, os estudantes ficaram muito abalados. “”Tínhamos ido para a competição de futsal dentro do ginásio do Galois, não tínhamos torcida, mas os outros estudantes atacaram o time com musiquinhas, dizendo que a tua mãe lava a louça e a roupa da minha casa. Eles batiam no peito imitando macacos. Foi horrível”, explicou.

Segundo o ministério, a atitude dos estudantes é inaceitável. “Para construirmos uma sociedade saudável, é crucial que o esporte e a escola sejam espaços onde todos se sintam bem-vindos e valorizados. Além disso, é fundamental que atletas, torcedores, árbitros, dirigentes, educadores e todos os envolvidos no universo esportivo atuem de forma ética e responsável”, disse o pronunciamento.

Inês afirma que está tomando as medidas necessárias e que vai registrar um boletim de ocorrência. “O que queremos não é a punição, porque nosso papel é educar os alunos. Estamos atrás de respeito, de educar essa juventude, sem discriminação. A escola é um lugar de princípios e de valores”, concluiu a diretora.


Diante dos fatos, o governo federal afirmou que instituiu um Grupo de Trabalho Técnico de Combate ao Racismo e este ano vamos lançar o Plano Nacional Esporte sem Racismo. A iniciativa conta com a parceira do Ministério da Igualdade Racial.

“Neste momento, expressamos nossa solidariedade aos estudantes e suas famílias, afetados por este lamentável episódio. Reforçamos nosso compromisso em trabalhar incansavelmente para erradicar o racismo e todas as formas de discriminação do esporte e da sociedade. Não pouparemos esforços nessa luta”, afirmou.


“Investigação interna”

Em resposta ao ocorrido, a direção do Colégio Galois disse que tomou conhecimento dos fatos com extrema preocupação. “Entendemos que os atos ali [nota de repúdio] expostos são de extrema seriedade e que necessitam de uma intervenção imediata por parte do colégio. Primeiramente, queremos reafirmar que os valores que nos guiam refutam veementemente qualquer forma de comportamento preconceituoso. Nossos pilares se baseiam no respeito à diversidade e na promoção da inclusão. "

A escola afirma que iniciou uma “investigação interna rigorosa” e que está comprometida “em não apenas a identificar os envolvidos, mas também a aplicar medidas disciplinares e ampliar, ainda mais, ações educativas necessárias pertinentes”.


“Como educadores, acreditamos que a educação é ferramenta poderosa de transformação social e deve ser utilizada para construir pontes de entendimento e respeito mútuo entre todos, sobretudo, entre jovens. Solidarizamo-nos profundamente com os alunos e a comunidade da Escola Franciscana Nossa Senhora de Fátima que se sentiram ofendidos e magoados. Entendemos que o ocorrido não só afetou esses alunos, mas também manchou o espírito de amizade e respeito que deve prevalecer em eventos educacionais e esportivos”, finaliza.

Confira nota do Ministério do Esporte na íntegra

Foi com indignação e tristeza que o Ministério do Esporte tomou conhecimento de atos de racismo ocorridos durante partida de futsal em uma escola do Distrito Federal. Relatos de insultos racistas direcionados a jovens atletas, com a utilização de termos discriminatórios, são profundamente perturbadores e contrários aos valores de igualdade, respeito e diversidade que defendemos.

Diante de tais atos, manifestamos nosso veemente repúdio. É inaceitável que episódios de discriminação racial persistam em nossa sociedade, especialmente em um ambiente tão importante para o desenvolvimento social e pessoal como o esporte escolar.

O esporte educacional, além de formar atletas, deve formar cidadãos. É também uma ferramenta poderosa para transmitir valores como respeito, solidariedade, trabalho em equipe e jogo limpo. Para construirmos uma sociedade saudável, é crucial que o esporte e a escola sejam espaços onde todos se sintam bem-vindos e valorizados. Além disso, é fundamental que atletas, torcedores, árbitros, dirigentes, educadores e todos os envolvidos no universo esportivo atuem de forma ética e responsável.

O enfrentamento ao racismo e a promoção da igualdade racial são prioridades do Ministério do Esporte. Estamos em constante diálogo com organizações nacionais e internacionais para firmar parcerias que promovam ações educativas, preventivas e de repressão contra o racismo no esporte.

Em parceria com o Ministério da Igualdade Racial, instituímos um Grupo de Trabalho Técnico de Combate ao Racismo e este ano vamos lançar o Plano Nacional Esporte sem Racismo.

Neste momento, expressamos nossa solidariedade aos estudantes e suas famílias, afetados por este lamentável episódio. Reforçamos nosso compromisso em trabalhar incansavelmente para erradicar o racismo e todas as formas de discriminação do esporte e da sociedade. Não pouparemos esforços nessa luta.

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